quarta-feira, 28 de março de 2012

Governo apresenta proposta que não contempla as reivindicações da categoria. Assembleia sábado decidirá se educadores aceitam ou não a proposta

Ontem à tarde, em reunião com a direção da APP sindicato, o governo do estado apresentou sua proposta para a campanha salarial da categoria. Vale lembrar que nossa pauta para a campanha desse ano gira em torno da exigência de aplicação da Lei do Piso (salário e hora atividade), da alteração do plano de carreira dos funcionários (elevações, equiparação do auxílio transporte), aumento real para os funcionários (índice de 14,13%) e também a questão do novo plano de saúde.

Infelizmente, como era de se esperar, o governo enrolou novamente a categoria apresentando propostas muito aquém do que estamos reivindicando e novamente prometeu que no futuro cumprirá nossas reivindicações. Vamos pontuar as questões principais:

Lei do Piso: Em relação ao cumprimento da lei do Piso Salarial Nacional, o governo fez uma proposta de pagamento em três parcelas, sendo a primeira em nossa data base (6,5%-IPCA), a segunda em julho (5,95%) e a terceira em outubro (5,95%). Porém, o governo não irá pagar o retroativo a janeiro e nem implementará os 33% de hora atividade (já prometido o ano passado que seria para esse ano).

Funcionários: No caso dos funcionários, mais uma vez o governo não avançou em nada em relação às nossas propostas. A proposta do governo é de pagar o IPCA e mais nada. Não houve avanço em relação à equiparação do auxílio transporte e disse que debaterá a proposta dos avanços para agentes I e II. Pior que isso é observar o silêncio da direção da APP sobre os cortes dos agentes II nas secretarias e bibliotecas das escolas.

Plano de saúde: Mais uma reunião agendada e mais uma proposta de data para a apresentação do plano. De concreto, nada.

Outros pontos foram repassados no informe, como o cargo de 40 horas, a questão do aumento da gratificação de diretores, o pagamento em atraso das promoções do PDE 2009. Porém, mais do mesmo: promessas de mais estudos, propostas de pagamentos no próximo mês, toda essa enrolação que já sabemos bem. Pior, pelo informe da direção da APP, parece que estão contemplados pela proposta!

Diferente da posição da direção da APP em considerar a reunião produtiva, nós da oposição entendemos que essa reunião mais uma vez nos mostra que o goveno Beto Richa (PSDB) não tem interesse algum em investir na educação. Diferente do que disse em campanha eleitoral, esse governo não cumpre sequer a lei do Piso Salarial Nacional para professores. Mais uma vez joga os funcionários para escanteio e ainda ataca a educação, como é o caso da redução do número de agentes II nas escolas.

Entendemos que essa proposta do governo tem de ser rechaçada pela categoria e uma nova propsota deve ser construída pelos educadores na assembleia de sábado. Por isso, chamamos todos os educadores a participar da assembleia estadual da categoria, a ser realizada no próximo sábado (31 de março), às 8h30min, no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Procure o seu núcleo sindical regional e dê seu nome para reservar seu lugar.

Pelo cumprimento integral da Lei do Piso Salarial Nacional (salário e 33% de HA);
Pagamento imediato de todos os avanços em atraso;
Por 14,13% para funcionários já!
Mudança na carreira dos funcionários: avanços para pós (agentes II) e graduação (agentes I) e equiparação do valor do auxílio transporte;
Nenhuma aula a menos! Não à proposta de diminuição de aulas e nenhum funcionário a menos!

Servidores públicos preparam marcha a Brasília em 28 de março

Os servidores públicos federais vão sacudir a Esplanada dos Ministérios numa grande marcha na próxima quarta-feira (28). A categoria organizou uma jornada de lutas neste mês, realizando manifestações na maioria das capitais dos estados no dia 15. Foram ações preparatórias para essa atividade, em Brasília. O Ato Público Nacional foi convocado pelas 31 entidades que compõe o Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais e terá a participação de caravanas vindas de diversos estados. A intenção é pressionar o governo para o atendimento da pauta de reivindicações e exigir a rejeição do PLC 2/2012 que cria o fundo de pensão complementar e privatiza o sistema de previdência do funcionalismo federal. Além disso, a marcha vai exigir mais investimentos no setor público para atender às demandas da população.

A concentração terá lugar na Praça da Catedral, com saída prevista para as 10h. Os manifestantes seguirão em passeata pela Esplanada dos Ministérios até a frente do Bloco C (Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento), onde será realizado o ato político. No mesmo horário, também neste local, estará ocorrendo uma nova reunião de negociação com o governo sobre a pauta de reivindicações dos servidores.

Está previsto também a possibilidade da marcha se estender até o Congresso Nacional, onde será realizado outro ato público para exigir dos parlamentares a rejeição dos projetos que retiram direitos dos trabalhadores.

Como parte das atividades, na tarde desse dia 28, será realizado o Seminário “Pela Rejeição do PLC 2/2012”, no Senado Federal (Auditório Petrônio Portela).

Mesa de negociação não avança – Na ultima reunião a Secretaria de Relações do Trabalho (MPOG), realizada nesta quinta-feira (22), o representante do governo, Sérgio Mendonça, foi novamente evasivo em relação às reivindicações das entidades. O tema foi sobre o PL-2203/11.

Esse projeto de lei deveria refletir os acordos fechados com algumas categorias no ano passado. Porém, de acordo com o membro da CSP-Conlutas, Paulo Barela, o governo manipulou o texto, excluindo parte das categorias dos ganhos salariais. Foi o caso dos docentes das escolas técnicas federais dos ex-territórios e das escolas militares, que compõem a mesma carreira dos demais beneficiados com o acordo firmado pelo ANDES-SN.

Ainda seguindo essa prática de manipulação dos acordos, a antiga SRH, alterou o conceito do adicional de insalubridade, mudando de percentual sobre o vencimento básico do servidor para uma tabela escalonada com valores fixos. “Essa alteração levará o congelamento ao adicional de insalubridade/periculosidade, ferindo, inclusive, os preceitos constitucionais”, explicou Barela.

“As entidades exigiram tratamento igual para os docentes e a supressão da Seção IV do PL-2203/11, que trata da mudança no adicional de insalubridade/periculosidade”, enfatizou o membro da CSP-Conlutas.

Após quase três horas de debate, Sérgio Mendonça apenas assumiu o compromisso de dar uma resposta na próxima reunião, dia 28, após consulta a outras instâncias do governo.

“Nesse dia, os servidores estarão tomando as ruas em Brasília, e se não houver resposta positiva às reivindicações das entidades, a indignação com governo Dilma Rousseff-PT vai aumentar a pressão do funcionalismo federal, aprofundando na categoria a perspectiva de mais luta”, finalizou Barela.

Todos a Brasília!

terça-feira, 27 de março de 2012

Professoras da educação infantil de Belo Horizonte (MG) deflagram greve

No dia 14 de março, em meio à greve nacional dos trabalhadores em educação pela aplicação do piso nacional, as professoras da educação infantil de Belo Horizonte (MG) deflagraram uma greve por tempo indeterminado. A pauta principal da greve é pela UNIFICAÇÃO DA CARREIRA que significa o fim da desigualdade entre professor da educação infantil e os demais professores municipais.

Desde que foi criado o cargo de Educador Infantil em 2003, a categoria luta pela sua inclusão na carreira única de professor na Rede Municipal de BH. Através desta luta, no inicio de 2012, o prefeito Marcio Lacerda (PSB – PT – PSDB) enviou proposta de Projeto de Lei que transforma a nomenclatura do cargo de Educador Infantil para PROFESSOR de Educação Infantil. No entanto, o PL não prevê alteração no salário nem na carreira. Ou seja, ainda persiste a discriminação entre segmentos da mesma categoria, que inclusive exercem a mesma função. Na capital são 60 UMEIS (Unidades Municipais de Educação Infantil) e 20 escolas com educação infantil, atendendo a 21 mil estudantes.

O salário inicial de uma professora da educação infantil corresponde a 61 % do salário de um professor também iniciante na rede. Sendo que a maioria das professoras da educação infantil possui nível superior.

A CSP-CONLUTAS conclama a todos a vir a apoiar esta greve que não é só por salário e sim pela defesa de uma educação infantil pública de qualidade. A qualidade na educação passa, necessariamente, pela valorização daqueles que nela trabalham.

Solicitamos a todos os movimentos sociais enviar moções de solidariedade a esta greve.

e-mail: imprensadarede@gmail.com


MOÇÃO DE APOIO À GREVE DAS PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE BH


O Sindicato……………………….vem através desta moção, declarar o seu incondicional apoio e solidariedade às professoras da Educação Infantil de Belo Horizonte, que desde o dia 14 de março realizam uma greve pela UNIFICAÇÃO DA CARREIRA que significa o fim da desigualdade entre professor da educação infantil e os demais professores municipais.

Exigimos do prefeito Marcio Lacerda imediata negociação e o pronto atendimento às reivindicações da categoria.

…………… de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Desabafo de um professor PSS que não recebeu o salário


Assumi aulas no dia 1 de fevereiro. Pela primeira vez em vários anos, o governo consegue cumprir com a promessa de iniciar o ano letivo com o quadro de professores completo nas escolas estaduais (embora o quadro de profissionais tenha demorado algumas semanas para se normalizar). Como os suprimentos que ocorrem até o dia 10 de cada mês (aproximadamente) são incluídos na folha de pagamento para o final do próprio mês, fiquei tranquilo com a possibilidade de, pela primeira vez no PSS, receber o primeiro salário do ano no final de fevereiro. Mas na terceira semana de fevereiro, recebo uma notícia que me deixou sem chão: meu salário não viria em fevereiro. Fiquei pasmo e completamente atordoado com a notícia, pois logo que assumi aulas acabei me tranquilizando com relação ao meu pagamento, e no meio do mês, tenho uma notícia terrível, que me obrigou a avisar na imobiliária que o aluguel poderia atrasar, liguei na loja de calçados avisando a mesma coisa, enfim, fui avisando credor por credor sobre a possibilidade de atrasos nos pagamentos de minhas obrigações. A imobiliária disse que eu seria multado em 10% do valor do aluguel, a loja de calçados disse que seguraria a dívida por 10 dias, e assim foi acontecendo a cada credor que eu contatava. 

No dia 29 de fevereiro, soube de uma notícia que me deixou um pouco aliviado: meu pagamento chegaria dia 14 de março. Dessa vez, passei a avisar todos os credores que eu pagaria minhas contas no dia 14 e que, se fosse possível, segurassem o prazo de vencimento das dívidas até o dia 14. A maioria concordou, exceto a imobiliária, que por sinal, manteve a multa. Não foi nada bom saber que eu ficaria 14 dias com as contas atrasadas, mas como eu havia feito um empréstimo no banco, fiquei um pouco mais tranqüilo, pois o dinheiro iria dar para passar mais duas semanas, de um jeito bem sofrido (não como carne à quase um mês porque é caro!) mas, razoável. 

Só que ocorreu algo terrível. Dia 14 meu salário não caiu na minha conta. Como já eram 6 horas da tarde quando cheguei da escola onde trabalho à tarde, não deu tempo de verificar se havia caído em ordem de pagamento. Dia 15 eu era um dos primeiros da fila no banco. Não havia dinheiro para mim em ordem de pagamento também... Fui correndo ao Núcleo Regional de Educação e, ao chegar lá, ouvi a bomba: meu salário não foi depositado. Fui às lágrimas. Não consegui conter o choro. Tanto sofrimento por causa do dinheiro para que, no dia tão esperado de pagar as contas e voltar à normalidade, não ter nada em mãos. Foi um balde de água fria. 

Professor não vive de sonhos e não trabalha só por amor. Professor tem contas a pagar, tem credores batendo à sua porta. E um dia de atraso já significa MULTA. Meu aluguel só não está atrasado porque peguei mais um empréstimo. Mas só o suficiente para pagar essas contas. Mas paguei as contas criando outra, com uma taxa de juros altíssima. Gostaria de ver o governo cobrindo os juros da minha dívida. Pois a culpa é dele: trabalhando a 50 dias sem receber. E vou passar o resto do ano pagando a dívida desse fatídico começo de ano. Não me entra na cabeça como os suprimentos não puderam ser feitos a tempo: os professores têm que dar seus pulos para elaborar suas aulas a tempo, para corrigir as provas a tempo, lançar notas a tempo (porque a Hora-atividade de 20% não é suficiente, mas deixo esse assunto para outra oportunidade). Mas o RH pode fazer tudo a seu tempo... Eu realmente não consigo entender como o governo deixou isso acontecer. Se fosse por falta de pessoal, remanejasse funcionários para atender a demanda. Mas sinto muito, falta de tempo não é desculpa. 

Eu cheguei a mendigar moedas nas escolas onde trabalho para poder pagar o ônibus para voltar para casa depois da aula. Isso é dignidade? Cadê o respeito ao professor? E isso não se aplica somente ao Governo. O sindicato tem um fundo de greve, onde há recursos para suprir a falta de pagamento de professores em situações de greve. Não estamos em greve, mas parece que o setor de RH do governo está. O sindicato deveria suprir o pagamento dos professores em uma situação como essa também. Mas, isso nem passou pela cabeça do sindicato, infelizmente. Enquanto isso, os professores estão se afundando em dívida, e o sindicato não faz nada além de conversar com o secretário da educação. Eu estou triste, magoado, mas, acima de tudo, revoltado. 

Para terminar, suplico ao governo: se não vão conseguir cumprir uma promessa, não prometam! Não criem expectativas nas pessoas para depois dar-lhes banhos de água fria.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Educação realiza forte greve nos três dias de mobilização

Confira como foi a greve pelo país


A greve Nacional dos professores de 14 a 16 de março  mobilizou professores de diversas regiões do país pelo cumprimento da aplicação da Lei do Piso e mais investimentos no setor de educação.   Profissionais da Educação de São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minhas Gerais, Recife, Piauí e diversos outros estados, participaram da mobilização.

Em São Paulo, os professores da rede estadual, realizam uma assembleia nesta sexta-feira (16),  em frente ao Palácio dos Bandeirantes,  com a presença de mais de 10 mil pessoas, segundo o sindicato da categoria. Na rede municipal, mais de  3,5 mil profissionais de educação (docentes, gestores e quadro de apoio) participaram, na tarde da quarta-feira (14), de manifestação e assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), em frente à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (SMG), no Centro da Capital. O objetivo foi de  pressionar o governo a atender à pauta de reivindicações da campanha salarial de 2012, entregue em 29 de fevereiro.


No Rio Grande do Sul, a adesão à greve de três dias foi forte. Mais de 80%  dos educadores da rede estadual pararam suas atividades. Nessa sexta-feira (16)  realizaram, nas proximidades da Secretaria de Estado da Educação,  um ato pela exigência do cumprimento da Lei do Piso,  em seguida, se somaram a outras categorias do funcionalismo público,  num grande ato público em frente ao Palácio Piratini, no Centro da capital gaúcha.


Os professores do Distrito Federal, em greve desde o dia 12 de março, continuam paralisados. Nessa semana de greve nacional, intensificaram as mobilizações. Um ato publico, reuniu mais 3 mil professores em frente ao Palácio do Buriti, na última quarta-feira (14). A greve ganha força diante da intransigência do governo em não atender a reivindicações dos professores.

Em Minas Gerais, os profissionais em Educação também aderiram ao movimento grevista. Foram três dias de intensas atividades. No dia 15, houve ato-show em frente ao PBH e no ultimo dia assembleia com a participação massiva da categoria.

Os professores da rede municipal de Recife também participam da greve. O SIMPERE (Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial de Recife) realizou atos públicos nos dias 15 e 16. Nesta segunda-feira (19) a luta continua, com uma nova Assembleia Geral no auditório do Bloco G2 da UNICAP.

Como parte da greve nacional, os profissionais da rede municipal de Teresina, Piauí, também pararam suas atividades,  com adesão de 70%. Os  professores estaduais, em greve desde o  27 de fevereiro, realizaram um ato público em frente ao Palácio do Karnak, com passeata pela Avenida Frei Serafim até a Assembleia Legislativa. Chegaram a ocupar o plenário da assembleia para impedir a aprovação de  projeto lei que retira uma das gratificações da categoria.

quarta-feira, 14 de março de 2012

14, 15 e 16: Três dias de Paralisação Nacional

Começa hoje a jornada nacional de paralisações. Nesses 3 dias os trabalhadores em educação de todo o país estarão lutando por melhores condições de trabalho, salários e por mais investimentos na educação. Infelizmente, no Paraná a paralisação ocorrerá apenas no dia 15.

Cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional (salário de R$ 1451,00 para 40 horas e 33% de hora atividade), reestruturação do Plano de Carreira dos funcionários garantindo a equiparação do valor do auxílio transporte pago ao professor (40 h) e avanço para graduados (agentes I) e pós graduados (agentes II), são nossas bandeiras imediatas nesse momento. Vale lembrar da luta que teremos que travar contra a diminuição de aulas, o que já vem ocorrendo com sociologia e filosofia.

Além disso, chamamos a responsabilidade do Governo Federal para que aplique imediatamente os 10% do PIB para a educação pública. Vale lembrar, que a proposta do governo Dilma é de apenas 7% do PIB e, acreditem se quiser, para 2020! Enquanto isso, corta recursos que deveriam ser revertidos para as áreas sociais para encher os bolsos de banqueiros e empresários.

Alertamos os educadores que nem Beto Richa está disposto a cumprir a Lei do Piso, nem Dilma a destinar os 10% do PIB para a educação e pior, nem a direção do sindicato está disposta a lutar pela equiparação do  valor do auxílio transporte dos funcionários.

É por isso que chamamos todos os educadores a estar no ato na Praça Raposo Tavares, a partir das 9 da manhã e, no período da tarde, a partir das 15 horas, vamos nos reunir no Colégio Panorama para debater a situação da educação e darmos encaminhamentos para nossas lutas.

* Pelo cumprimento imediato da Lei do Piso Salarial Nacional!
* Alteração no plano de carreira dos funcionários para que equipare o auxílio transporte dos funcionários ao dos professores e avanço para agentes I com graduação e agentes II com pós graduação!
10% do PIB para a Educação Pública já!

Amanhã é dia de paralisação. Confira as atividades em Maringá e Sarandi

Atenção professores de Sociologia e Filosofia: Reunião do coletivo de professores de sociologia da região norte do Paraná

PASSA PALAVRA publica entrevista com o professor Jaime sobre a situação da eleição da APP no núcleo sindical de Toledo

Entrevista com a APP de Luta e Pela Base/Oposição Alternativa e as últimas eleições do sindicato

14 de Março de 2012   


Nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná briga na justiça desde setembro para assumir da regional de Toledo. Jaime Farherr entrevistado por Passa Palavra
Em setembro de 2011 APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná realizou suas eleições regionais. Desde então a chapa APP de Luta e Pela Base - Oposição Alternativa não pode tomar posse na regional de Toledo. Entraram em justiça duas liminares: uma impedindo a recontagem dos votos, o que é considerado uma vitória pela chapa APP de Luta e Pela Base - Oposição Alternativa, e a outra impedindo a posse dessa chapa, o que gerou uma situação muito confusa. O processo ainda se arrasta, enquanto três interventores ficaram como responsáveis pela gestão do sindicato. Após a realização desta entrevista, no dia 4 de março, o número subiu para 12 pessoas. O candidato a presidente da chapa vencedora, o professor de Filosofia e História Jaime Farherr, explica o histórico do movimento e a atual situação.
Passa Palavra (PP): Como se estrutura e funciona a APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná?

Jaime Farherr (JF): A APP-Sindicato é uma entidade que representa profissionais da educação das escolas estaduais do Paraná. Em muitos municípios a APP representa também os profissionais da educação municipais. É uma entidade com aproximadamente 60 mil sindicalizados e com 29 regionais em todo o Estado do Paraná. É o maior sindicato do Estado, tem 64 anos de história.

Na sua forma de funcionamento fazem parte as assembleias estaduais, congressos, conferências, assembleias regionais, conselhos regionais, etc. Em cada escola procura-se escolher representantes junto ao sindicato para um período de 1 ano. Há uma direção estadual da APP, composta por 17 membros liberados do local de trabalho e também 29 direções regionais, cada uma composta também por 17 membros. Entre esses últimos, apenas alguns são liberados ou têm liberação parcial.

PP: Na sua avaliação, o que explica a vitória da chapa “APP de Luta e Pela Base - Oposição Alternativa” nas eleições de 22/09/2011 para o núcleo sindical Toledo?

JF: Um dos grandes motivos foi o desgaste da direção anterior na regional de Toledo, direção esta que quase não visitava as escolas, não realizava reuniões com os representantes de escola eleitos, tinha uma comunicação com a categoria que deixava muito a desejar, etc.

Outro motivo foi o fato sermos oposição também à direção estadual da APP-Sindicato, que nos últimos anos se atrelou aos dois governos de Roberto Requião (2003-2010) e não encaminhou as lutas da categoria como seria necessário para o atendimento das nossas reivindicações. No governo Beto Richa, iniciado em 2011, a direção estadual faz a crítica, mas ainda assim procura não romper com o governo. Parte da nossa categoria percebe esse atrelamento e o fato de que a direção do sindicato nem sempre encaminha as lutas.

O terceiro motivo da nossa vitória penso que é o fato de apresentarmos uma chapa que trouxe pessoas novas na regional de Toledo, algumas com vários anos de experiência de luta outras com uma luta mais recente. Mas todos com disposição de lutar e “fazer diferente” do que estava posto, defendendo propostas combativas e deixando bem evidente que não aceitamos atrelamento do sindicato com o governo.

PP: Quando nasceu a Oposição Alternativa e quais os motivos?

JF: A nossa oposição surgiu no ano de 2007. Eu na época participava da direção da regional de Foz do Iguaçu. Lá tínhamos uma posição bastante crítica aos rumos tomados pela direção estadual do nosso sindicato. Aí tivemos uma greve no Colégio Estadual Barão do Rio Branco em Foz do Iguaçu. A direção estadual praticamente não deu apoio à nossa greve, mas tivemos um forte apoio de vários companheiros de Maringá, onde distribuímos material de nossa campanha contra a repressão ocorrida na greve. Isso aproximou o pessoal e passamos a ter reuniões com representantes de várias regiões do Estado. No final de 2007 ocorreu o congresso da APP-Sindicato, onde foi possível consolidar a oposição.
Os motivos da oposição já estão colocados acima, ou seja, o atrelamento da direção da APP-Sindicato ao governo.

PP: A Oposição Alternativa se afirma como de luta e pela base, dessa forma como funciona essa organização pela base e como ela se estrutura?

JF: Procuramos sempre fazer propostas que estejam articuladas com os problemas mais imediatos da nossa categoria, principalmente o das condições de trabalho. Conversamos com os colegas das escolas onde trabalhamos e eventualmente de outras escolas, convidando-os a participar de todas as atividades do sindicato, sejam reuniões, assembleias, cursos ou paralisações. Discutimos propostas para serem levadas às assembleias. Elaboramos materiais informativos e distribuímos à categoria, seja pessoalmente ou por e-mail. Convidamos colegas de trabalho para as reuniões da nossa oposição a fim de tentar ampliar o grupo e de decidir conjuntamente os próximos passos.

É claro que não temos muita estrutura. Nossa oposição ainda é pequena. Tem representantes em apenas algumas das regionais da APP. Não tem recursos financeiros para estar organizando reuniões estaduais, como seria necessário. Então, grande parte das reuniões ou são por cidade ou são regionais. Algumas vezes apenas ocorrem reuniões estaduais, como ocorreu no último congresso do sindicato no ano passado. Apesar de ser pequena, nossa oposição teve um crescimento importante. Na eleição de 2008 tínhamos uma chapa estadual e duas chapas regionais. Fizemos 5% dos votos na chapa estadual. Na eleição do ano passado tínhamos uma chapa estadual e 3 chapas regionais. Fizemos mais de 13% dos votos para a direção estadual e fomos vitoriosos na eleição da regional de Toledo, embora fôssemos impedidos de tomar posse. Também estamos buscando uma maior aproximação com a regional de Foz do Iguaçu, que também é oposição à direção estadual da APP.

PP: Quais as razões que levaram o movimento a se filiar à CSP-Conlutas - Central Sindical Popular?

JF: Nos filiamos à Conlutas em 2008. Após o congresso de 2010 passou a se chamar CSP-Conlutas. Os motivos para essa filiação estão no fato de que a Conlutas (agora CSP-Conlutas) é uma central combativa, sem atrelamento aos governos e patrões, que realmente encaminha as lutas em defesa da classe trabalhadora. Além disso, ela não é só uma central sindical, mas engloba também o movimento estudantil combativo, os movimentos populares de luta por moradia e outros, além de englobar movimentos que lutam contra a opressão da mulher, dos negros, dos homossexuais. Isso é muito importante, pois boa parte da classe trabalhadora hoje não está representada nos sindicatos, além do que é preciso unificar cada vez mais a luta com o movimento estudantil, amarrando as lutas das categorias com as lutas pela moradia, pró-terra, etc. A questão da luta contra as opressões também é fundamental, pois o machismo, o racismo e a homofobia não se reduziram no Brasil nos últimos anos. Pelo contrário, esses problemas aumentaram, inclusive se refletindo também dentro dos sindicatos. Assim, é preciso que os sindicatos e demais organizações da classe trabalhadora coloquem essas lutas também em suas pautas. Tudo isso a CSP-Conlutas procura fazer, articulando todas essas lutas na perspectiva da classe trabalhadora, na independência política e financeira frente aos governos e patrões, apontando para o socialismo.

PP: O fato de esta oposição ser filiada à Conlutas contribuiu para que a direção estadual do sindicato buscasse derrubar nos tribunais a vitória da chapa da oposição? Por quê?

JF: Acredito que sim. A direção estadual da APP conhece a CSP-Conlutas, sabe que denunciamos o atrelamento da CUT aos governos e patrões. Até porque defendemos publicamente a desfiliação da APP da CUT. A influência da CUT e do PT na direção estadual e em muitas regionais do nosso sindicato é muito forte e eles não querem questionamento a essa situação, até porque os dirigentes da estadual se burocratizaram, afastaram-se da categoria e dos seus problemas cotidianos. A direção estadual também sabe que pretendemos ampliar a influência da oposição pelo Estado. E um núcleo sindical dirigido pela oposição alternativa seria uma “pedra no sapato” da direção estadual e de sua política de negociar, negociar, raramente mobilizar e não encaminhar com firmeza as lutas. Além disso, fortaleceríamos o movimento de oposição ao nos aproximarmos mais da direção da APP de Foz do Iguaçu, local onde a direção estadual colocou uma representante por 3 anos visitando escolas da região e articulando uma chapa, mas foram derrotados.

Nos 15 anos que participo da APP-Sindicato acho que é a primeira vez que uma oposição à esquerda da direção estadual vence um núcleo sindical, estando completamente fora da direção do sindicato. Isso porque as outras oposições, como a articulação, são do campo do PT e fazem algumas críticas pontuais, mas depois juntam-se com a direção estadual, como ocorreu na eleição da chapa estadual vencedora no ano passado. No caso de Foz do Iguaçu o processo foi diferente, pois a oposição não veio de fora da direção do sindicato. Éramos defensores da direção estadual e, há alguns anos atrás, percebemos o atrelamento da direção estadual com o governo, por isso fomos nos colocando como oposição. As pessoas que dirigem a APP de Foz hoje seguem enquanto oposição.

PP: Você acredita que a filiação à Conlutas também contribuiu para que a justiça desse ganho de causa para a direção do sindicato, abrindo as portas para a nomeação dos interventores? Por quê?

JF: Não sei dizer se isso influenciou a justiça. Acho que não. A justiça teve uma posição parte a nosso favor, ao ganharmos uma liminar impedindo a recontagem dos votos da eleição de Toledo. Depois, em outra vara, com um juiz que nem conhecia a decisão anterior, a justiça aceitou os argumentos infundados da chapa 1 e da direção estadual. A direção estadual usou a estrutura do sindicato para impedir a nossa posse, cobrando de nós inclusive as custas do processo e custas do advogado, que nós ajudamos a pagar, pois é do próprio sindicato. Quer dizer, o aparato jurídico do sindicato a serviço da chapa 1.

Com isso tudo a questão não está resolvida na justiça. Não saiu ainda uma decisão definitiva da justiça sobre a eleição de Toledo e creio que não sairá tão rápido. Talvez acabe o tempo que seria do nosso mandato e a justiça não coloque um parecer definitivo!

PP: Durante a campanha a Oposição Alternativa denunciou a existência de trabalhadores da educação que já estão liberados para o sindicato estadual há cerca de 23 anos, entre outros casos de 10, 15, e 20 anos de liberação. A Oposição Alternativa defende que não haja os liberados, ou que haja, mas com limites de anos?

JF: Denunciamos essa questão e muitas pessoas da categoria não sabiam dessas informações. Denunciamos o fato de que alguns dirigentes da APP estadual estão “fazendo carreira” na direção do sindicato. Pois estão liberados há muitos anos, alguns até 20 anos ou mais. Assim, afastaram-se dos problemas concretos das escolas. Em dez anos muita coisa mudou nas escolas. Imagina quem não está mais no local de trabalho há 20 anos ou mais! Isso é perceptível até no discurso de muitos membros da direção estadual, onde pintam um quadro de conquistas intermináveis. Pelo discurso da direção estadual, às vezes parece até que vivemos num país de primeiro mundo (antes da crise econômica!). Essa nossa denúncia teve muito apoio da categoria, talvez a parte em que mais tivemos apoio. Percebemos isso na campanha ao visitar as escolas e depois nos congressos regionais e no congresso estadual da APP.

Nós não somos contra a liberação sindical. Achamos que ela é necessária para desempenhar as tarefas do sindicato. Porém, defendemos um limite nessa liberação: para nós a pessoa deve ficar liberada no máximo dois mandatos (o que soma 6 anos) e depois deve voltar ao seu local de trabalho.

PP: A existência dos interventores no comando deste núcleo sindical pode trazer perseguição política para os membros da Oposição Alternativa ou demais prejuízos para o movimento? Se sim, quais seriam os prejuízos?

JF: Sobre perseguição política acredito que não. Ao menos, espero que não! Sobre prejuízos ao movimento isso já está ocorrendo. Na prática não existe direção da APP na regional de Toledo. Alguns exemplos mostram isso: o Congresso regional da APP ocorrido em dezembro de 2011 foi coordenado por membros da direção estadual e por membros da chapa 1, derrotada nas eleições de Toledo. Nesse início de ano, dia 09 de fevereiro, tivemos aulas de 30 minutos em todo o Estado. Havia sido aprovada na assembleia estadual da categoria a organização de atos públicos regionais nesse dia. Pois bem, os interventores que oficialmente dirigem a APP não organizaram nenhum ato regional. Isso coube a nós da chapa 2 - eleita e impedida de assumir. Nós organizamos panfletagem em Toledo e em Marechal Cândido Rondon. Para se ter uma ideia, o primeiro comunicado da APP regional às escolas no ano de 2012 apareceu somente agora no dia 1º de março, e nem todas receberam!

Quer dizer, temos uma pauta de reivindicações e uma paralisação nos próximos dias. É preciso organizar isso tudo, mas está bem atrasado. Temos problemas locais nos quais a direção do sindicato deveria intervir, mas até o momento nada foi feito. Um exemplo é a exigência do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo de que sejam repostos os dias da semana pedagógica, reuniões e outros, o que totaliza 10 dias no ano. Pelo que nós sabemos, essa exigência só está ocorrendo aqui no NRE de Toledo.

PP: O que mudaria caso a chapa da Oposição Alternativa assumisse a direção do núcleo sindical Toledo?

JF: Iríamos tentar implementar aquilo que discutimos durante a campanha. Ter um sindicato mais próximo da categoria, com visitas frequentes às escolas, com uma comunicação que funcionasse, com material informativo regional, com funcionamento de fato do conselho regional, com cursos de formação em uma perspectiva mais crítica. Procuraríamos organizar também o debate da questão da opressão e implementar medidas para uma maior participação das mulheres no sindicato, como a presença de creches nas principais atividades do sindicato. Faríamos uma forte campanha de sindicalização. Iríamos ampliar as lutas da APP com trabalhadores de outras categorias, estudantes e movimentos populares. E como linha de atuação, sempre defenderíamos a independência do sindicato frente ao governo e o encaminhamento das lutas.

PP: Como tem sido construída a campanha pela posse da chapa vitoriosa?

JF: Bem, fizemos vários boletins informativos buscando explicar para a categoria que fomos a chapa vitoriosa e sofremos um golpe no processo eleitoral. Que a democracia e a vontade da categoria não foram respeitadas. Colocamos essa discussão em uma assembleia regional, no congresso do sindicato. Também estamos usando a internet para divulgar esse problema e cobrar a posse da chapa. Agora estamos preparando outras ações no sentido de pressionar pela posse.

PP: Existe alguma campanha financeira pra sustentar os gastos com advogados e demais despesas do próprio movimento?

JF: As despesas com recurso jurídico contra a liminar que impediu a nossa posse e contra a ação que nos cobra os custos estão sendo custeadas até o momento pela Adunicentro - seção sindical do ANDES-SN.
As demais despesas do movimento, com panfletos, faixas que utilizamos na panfletagem e outros, estão sendo custeadas com a contribuição financeira dos próprios membros da chapa 2 de Toledo e com algumas contribuições de colegas de trabalho.

PP: Existe a possibilidade de esta campanha pela posse ganhar o apoio de sindicatos, centrais sindicais, oposições sindicais e estudantis, entidades estudantis, movimentos sociais e etc.? Se isso já vem ocorrendo, quais os próximos passos do movimento?

JF: Logo que ficou claro que estavam articulando um golpe contra a nossa vitória, buscamos o apoio de outras organizações como a CSP-Conlutas, a Intersindical, outros sindicatos e movimentos. Depois, com o final do ano, a coisa esfriou um pouco. Agora estamos retomando, denunciando a falta de democracia e defendendo a posse da chapa eleita. Isso não ocorre só em Toledo, mas em outras regionais onde a oposição está presente. Também tivemos apoio da APP de Foz do Iguaçu. Estamos tendo apoio de algumas entidades estudantis aqui da Unioeste, com as quais realizamos conjuntamente um ato em Solidariedade ao Pinheirinho no dia 04/02 em Toledo.

Mas é preciso ampliar a rede de apoio e de cobrança da posse. Percebemos que a direção estadual, principalmente o setor da DS (“Democracia Socialista”), que tem um deputado estadual da categoria e um vereador em Toledo, não abrirá mão de impedir a nossa posse a qualquer custo! Por isso todo apoio é importante nessa luta.

PP: Você quer falar mais alguma coisa?

JF: Gostaria de agradecer a iniciativa dessa entrevista. É muito importante divulgar esse tema, mesmo que seja polêmico. E a divulgação é também uma arma na luta de toda a classe trabalhadora e de todos aqueles que acreditam que é possível combater as injustiças.
Nota

Jaime Farherr é professor de Filosofia e História da rede estadual do Paraná. Atualmente trabalha em Marechal Cândido Rondon. Foi candidato a presidente pela chapa 2 ao Núcleo Sindical de Toledo - chapa eleita e, de forma antidemocrática, impedida de tomar posse. Militante do PSTU e membro da “APP de Luta e Pela Base - Oposiça Alternativa”.

terça-feira, 13 de março de 2012

Ato Regional do Litoral

Os trabalhadores da educação, membros da comunidade, grêmio estudantil e demais pessoas presentes nas duas reuniões de organização do ato regional para o dia 15 de Março, convidam a todos e todas a se unirem a nós neste ato e na luta por uma educação pública de qualidade e para todos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ato Regional do Litoral

A primeira reunião para organização do ato regional para dia 15 de março, dia de greve dos trabalhadores da educação aqui no Paraná foi um sucesso, contamos com a presença de membros da comunidade, grêmio estudantil, profissionais da educação e da diretoria regional da APP-Sindicato, foi tirado uma data de segunda feira para uma nova reunião de finalização dos preparativos para o ato do dia 15 que ocorrerá aqui em Pontal do Paraná, todos estão convidados para virem para a próxima reunião Segunda as 18:30 e para o ato do dia 15......vamos construir esse ato de maneira democratica, e com a participação de toda a comunidade escolar......

Professor Ivan Bernardo é inocentado na justiça.‏

A faixa "PROCURA-SE UM PREFEITO PARA PARANAVAÍ URGENTE" exposta no estádio Waldomiro Wagner em Paranavaí  no dia 09 de março de 2011, no jogo do ACP x Coritiba, a entrevista que o professor concedeu a um blog, denunciando as mazelas no município e o descaso dos governantes com o povo trabalhador de Paranavaí, fez com que o Prefeito Rogério Lorenzetti do PMDB acusasse o professor Ivan Bernardo, militante do PSTU e da CSP Conlutas, de ter manchado o seu nome em rede nacional e "internacional", e entrou com uma ação na justiça por injúria e difamação.

   O Movimento por Moradia, a ANEL, Oposição da APP, militantes do PSTU, PSOL e POR, saíram em defesa da liberdade de expressão do povo e do professor, que com coragem de poucos, denunciou, através de um protesto legítimo, os problemas do município e o descaso dos governantes com a população trabalhadora.

   A população  de Paranavaí em sua maioria manifestou-se dando apoio à atitude do professor, de várias formas: a torcida no estádio, nos blogs, na internet, nas rádios da cidade, em conversas nas calçadas, nas escolas.  O que o prefeito tentou, foi intimidar qualquer manifestação contra a sua gestão.

   No dia 05 de março de 2012 o Juiz de Direito J. Foglia Junior rejeitou a denúncia , por entender que a manifestação do denunciado insere-se na opinião, crítica e manifestação política, inerentes ao regime democrático.  E o Professor Ivan foi inocentado . Uma vitória contra a perseguição aos movimentos sociais.

Agradecemos à todos os companheiros que prestaram solidariedade ao Professor Ivan

quarta-feira, 7 de março de 2012

8 de março: dia de luta!

Oito de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Data um tanto festiva, com direito a discursos inflamados em prol da importância feminina e seus atributos modernos (a perfeita guerreira- mãe-esposa- amante-profissional),além das flores,perfumes e bombons,tão  tradicionais no período. Na tv , programas fazem suas homenagens exaltando a independência feminina e a beleza de ser mulher. Nas escolas, fotos de mulheres geralmente brancas e mães, com lindas frases de efeito ressaltando os papéis sociais tradicionais femininos são espalhadas em todos os cantos. No entanto, o que significa de fato o dia mundial da mulher?
Há mais de 100 anos comemora-se o dia internacional da mulher. A ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da segunda Revolução Indústrial e da Primeira Guerra Mundial, período no qual ocorre a incorporação massiva da mão-de-obra feminina nas indústrias. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte das trabalhadoras.
No ano de 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, sendo ali aprovada a proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituir um dia internacional da Mulher, no entanto sem nenhuma data específica. Pouco tempo depois, em 25 de Março de 1911, um incêndio numa indústria textil norte americana mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às péssimas condições de segurança do edifício. Muitos autores acreditam que pela gravidade do acontecimento, esse episódio tenha se incorporado ao imaginário social coletivo, sendo esse episódio erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução de 1917, já que em 8 de março (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria textil contra a fome, contra o czar Nicolau e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro.
 Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. No entanto, posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já nos idos de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.
 Porém, não é só pelo fato de hoje termos uma mulher como presidente da república ou em vários outros cargos de poder, que devemos acreditar que o machismo acabou e que conseguimos a igualdade. Dilma até agora jogou uma pá de cal em várias bandeiras históricas do movimento feminista brasileiro por conta das alianças esdrúxulas de seu partido, o PT.
E embora muitas conquistas tivemos nesses mais de cem anos de comemoração da data,não podemos nos esquecer que a sociedade patriarcal e seu machismo ainda matam,discriminam,oprimem muitas mulheres cotidianamente,principalmente as mulheres trabalhadoras.
O capitalismo possibilita uma igualdade formal de direitos jurídicos e democráticos, no entanto o fato de termos que conviver (ou sobreviver) com uma dupla ou tripla jornada de trabalho, ganhando 70% do salário de um homem, não termos direito de escolha em relação ao nosso próprio corpo, ouvir no noticiário que 12 mulheres por dia são mortas e que a cada 12 segundos uma é agredida e na maioria das vezes pelo próprio companheiro são bons exemplos de que ainda estamos longe de alcançarmos a igualdade e independência que tanto almejamos.
 O dia internacional da mulher é, portanto, um dia de luta que não pode ser esquecido ou apagado da história. Devemos lutar para que nossas diferenças biológicas sejam respeitadas de fato e não sirvam de pretexto para nos subordinar e nos inferiorizar. E essa luta não é apenas uma luta das mulheres, mas uma luta conjunta de toda classe trabalhadora! Somente juntos, nós mulheres trabalhadoras, seremos vitoriosos na luta por dias melhores, na luta de uma sociedade de fato igualitária, uma sociedade socialista.

* Paula é professora de sociologia dos colégios CEEBJA e Lisboa, em Sarandi/PR e militante do Movimento Mulheres em Luta da  CSP/Conlutas

terça-feira, 6 de março de 2012

Além de atacar os trabalhadores, agora governo Beto Richa (PSDB) usa tática para nos dividir

Diante da crescente mobilização de várias categorias de servidores públicos do Estado do Paraná, o governo do estado utiliza-se de todos os meios para dividir os trabalhadores do serviço público. Mais que todos os ataques que o neoliberal Beto Richa impõe às categorias, agora utiliza-se da tática de dividir o movimento separadamente, tentando criar uma diferenciação entre os servidores.

Depois da traição aos educadores das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEESs), quando somente os reitores foram chamados para negociar, deixando os demais professores e os funcionários de lado, agora é a vez do governo chamar os diretores de escola e anunciar reajuste na gratificação de diretores e secretários. Além disso, espera que a diminuição das aulas de sociologia e filosofia do magistério (formação docente)gerem atritos entre os professores. Mas isso não vai acontecer!

Um chamado à unidade 

Diante da ofensiva do governo Beto Richa, temos que agir com ampla unidade e fortalecer nossa organização e nossas lutas. Precisamos estar juntos nessa luta. Para isso, chamamos a unidade entre as diversas categorias e entre os servidores públicos. Somos todos trabalhadores e defendemos que todos devem ter reajustes e aumento, assim como plano de carreira decente e boas condições de trabalho.

Defendemos que o salário mínimo para todos os trabalhadores, seja o mínimo calculado pelo DIEESE, ou seja,  cerca de R$ 2.400,00 reais. O aumento oferecido aos policiais e as recentes declarações de aumento de gratificações de reitores, diretores e secretários, mostram que o governo tem dinheiro em caixa, ao contrário do que vem anunciando. Mas os diretores e secretários não podem cair nessa armadilha. Devem estar lado a lado com os demais educadores na luta pela lei do piso e pelo plano de carreira dos funcionários. Devemos nos unir  aos professores de sociologia e filosofia na campanha: Nenhuma aula a menos!

Somente com ampla unidade derrotaremos o governo e seus projetos de sucateamento do serviço público!
Os trabalhadores estaduais da educação, no litoral estão se organizando para a realização de um ato regional para a paralisação do dia 15. A ideia é mobilizar a base e envolver a comunidade local na paralisação, proporcionando assim uma maior compreensão da comunidade para com as causas da categoria, além de trazer a comunidade para participarem da discussão sobre as pautas da educação.
Para isso convidamos todos a comunidade em geral, para juntos construirmos este ato:
Onde?
Colégio Estadual Professor Paulo Freire
Avenida Padre Joaquim, 59 - Praia de Leste - Pontal do Paraná
Quando?
Quinta Feira (08/03) as 18:30

A luta por uma educação de qualidade, é a luta de toda a sociedade.


Todo apoio à paralisação das IEESs