segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Balanço da assembleia estadual do dia 27

TRATORAÇO NA ASSEMBLEIA ESTADUAL DA APP-SINDICATO
Mais uma vez a direção do sindicato atropelou a democracia na assembléia

A assembleia estadual da categoria começou novamente com os informes do governo, repassados pela presidente do sindicato, Marlei Fernandes.
O ponto seguinte era a mobilização. Como sempre, tentaram reduzir ao máximo o debate para falar primeiro só quem teria propostas diferentes daquelas aprovadas na reunião do conselho estadual no dia anterior. Quando a pessoa se dirigia ao microfone, já gritavam da mesa e alguns burocratas da plenária interrompendo a fala e pedindo a proposta. Isso, claro, numa tentativa descarada de despolitizar ao máximo o debate.
Depois disso tentaram reduzir ao máximo o número de falas em defesa das propostas apresentadas. Havia duas divergências principais:

1-   Um grupo que não queria nenhuma paralisação, proposta defendida por parte da direção estadual (DS) e algumas pessoas da base e de direções regionais.
2-   Outro grupo que queria paralisação no dia 07 de dezembro (data da reunião do fórum de servidores e da paralisação das universidades).

 Nós da oposição alternativa e outros setores defendemos a proposta 2 e inclusive parte da direção estadual também reforçou essa proposta tentando aprovar uma paralisação. Assim, desta vez a direção estadual estava dividida, o que às vezes ocorre por posições oportunistas.
O momento exige uma ação firme do sindicato devido ao projeto que ataca os servidores com a mudança na Previdência, a falta de professores nas escolas, a enrolação dos avanços, sem contar todo o restante da pauta de reivindicações. Tínhamos a possibilidade de uma ação conjunta com as universidades, o que não acontece desde a greve de 2001 onde a APP entrou juntamente com outros setores em greve, mas depois os abandonou, devido a pouca adesão da categoria mas, principalmente, ao papel nefasto de dirigentes do sindicato. Esses momentos de unidade de diversos setores em luta são fundamentais para a organização e vitória dos trabalhadores.
Voltando à votação. Foi encaminhada a votação sobre os favoráveis e os contrários à paralisação. Antes da votação a presidente do sindicato manobrou para ter uma só fala de cada lado (contrários e favoráveis), sendo que havia sido aprovado 3 falas. Mesmo assim, a maioria aprovou a paralisação. Em seguida iria ser debatida e votada a data da paralisação:

1    - se seria no dia 07 ou

2- no dia 13 de dezembro.

 A defesa de um professor da direção estadual foi de que havia um acordo com o governo para esperar uma resposta até dia 10/12. Então, segundo ele, não poderíamos parar no dia 07, pois iria descumprir o acordo! Uma vergonha!!!
 A própria presidente do sindicato foi obrigada a negar esse suposto acordo, pois havia ficado feio diante do plenário. Nossa oposição, parte da direção estadual e outros setores, defenderam a paralisação no dia 07 de dezembro. Porém nas falas principalmente da presidente Marlei e do professor Miguel, ficou claro que estes eram contra a paralisação, mas com medo de perder a votação fizeram proposta de parar no dia 13, caso a reunião do dia 07 não tenha “avanços”.
 Mesmo depois de votado que haveria a paralisação a presidente do sindicato defendeu essa ideia e encaminhou a votação nesses termos: paralisação dia 07 ou mobilização sem paralisação no dia 07 (vigília, ato em Curitiba e nas regionais) e possível paralisação no dia 13, a depender das negociações. Foi aprovada a segunda proposta. Ou seja, parte da direção do sindicato (DS) passou por cima da própria votação da assembleia que havia recém aprovado paralisação. Denunciamos essa e outras manobras, mas não fomos atendidos.
Além disso, foi aprovado o adiamento do congresso estadual da APP para o primeiro semestre de 2011. Deveria ser esse ano, mas devido às eleições e às críticas que haveria a Requião/Osmar Dias, Lula/Dilma (que a direção tanto defendeu) e também às cobranças de mudança na linha que o sindicato tem tomado, ficaram bem quietos até adiar na “calada da noite” (final do ano), quando não haveria mais tempo para realizar o congresso. Denunciamos esse fato também.
Outro ponto aprovado foi a construção e financiamento da sede estadual da APP e de várias sedes em núcleos sindicais. Foi aprovado um empréstimo de 3 milhões de reais para a APP para essas construções!
Encaminhamentos:
Precisamos ir às escolas e denunciar essas manobras. Mas não podemos deixar de participar da vigília e outros atos que terão. Provavelmente teremos mobilizações fracas, já que não terá paralisação. Mas é importante participarmos, convidar os colegas de trabalho e, se possível, elaborar um pequeno boletim (meia página no máximo) colocando a questão do ataque à previdência (que a direção da APP quase não fala), relacionando-o com a reforma que Dilma pretende fazer.
Além disso, abordar outros pontos pendentes da pauta e denunciar mais essa manobra da direção estadual na assembleia. Não está completamente descartada a possibilidade de paralisação no dia 13 de dezembro, mas dificilmente irá ocorrer, tendo em vista que para a direção estadual até pagar salário com 2 meses e meio de atraso é considerado um “avanço”.
Também temos que nos preparar para o ano que vem. Parte importante da direção do sindicato já deixa bem claro que deverá manter a linha de negociações intermináveis e “bom diálogo” com Flavio Arns, Secretário de Beto Richa. Hoje colhemos os frutos podres dessa política adotada pelo sindicato durante o governo Requião.