segunda-feira, 20 de junho de 2011

Entidades se unem ao ANDES-SN na luta por 10% do PIB para educação

Dentre as atividades, o movimento propõe a realização de um plebiscito em novembro

Várias entidades sindicais e movimentos sociais atenderam ao chamado do ANDES-SN para a realização de uma campanha nacional em favor de que seja aplicado 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na recuperação do défict histórico da educação. Mais de quarenta pessoas participaram da reunião, realizada na noite desta quarta-feira (15/6) na sede da entidade em Brasília, para discutir o tema e deliberar um cronograma de ações.

O ANDES-SN  e as demais entidades decidiram por lançar a campanha “10% do PIB para a educação já!” por considerarem urgente a construção de unidade na luta para enfrentar o problema já crônico da falta de financiamento condizente com a promoção da educação de boa qualidade para toda a população brasileira.

A luta pela mobilização da sociedade para exigir do governo a aplicação de um percentual maior do PIB na educação brasileira sempre pautou as discussões do Sindicato Nacional e foi reiterada no último congresso da entidade, realizado no mês de fevereiro, em Uberlândia (MG).

Foi deliberado na reunião pela formação de uma Comissão Executiva e criado também um calendário de ações a serem desenvolvidas para divulgar a campanha em todo o território nacional e buscar a adesão dos demais setores organizados da sociedade civil.

“Esse encontro foi um passo importante para das sequência à deliberação do último Congresso. Todas as falas foram de apoio e compromisso com a campanha, principalmente por se constituir de um tema que unifica os mais diversos setores da sociedade, de um extremo a outro”, comentou Bartira Grandi, 1ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, que representa a entidade na Comissão Executiva da campanha, junto com o 1° tesoureiro do ANDES-SN, Hélvio Mariano.

Além do ANDES-SN, fazem parte da comissão a Aliança Nacional dos Estudantes Livres (Anel), CSP-Conlutas, Executivas de Cursos, Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Livres (MTL), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ), Fórum Nacional de Defesa da Escola Pública do Rio de Janeiro (FNDEP/RJ), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e Unidos prá Lutar.

Confira o cronograma de ações da campanha “10% do PIB para a educação já!”:

- Elaborar um documento sobre a campanha;
- Entre 15/6 e 20/7: discutir as campanhas na entidade, com o objetivo de envolvê-las numa discussão mais aprofundada sobre a importância do financiamento da educação e de contemplá-lo no próximo Plano Nacional de Educação (PNE);
- 21/7: reunião nacional das entidades na sede do ANDES-SN para avaliação e definição de novas atividades;
- Entre 19 e 24/8: plenária nacional, com ato em Brasília;
- Novembro de 2011: realização de um plebiscito nacional.

A campanha também está na pauta do próximo encontro do Grupo de Trabalho de Política Educacional – GTPE do ANDES-SN que acontece nos próximos dias 29 e 30 de junho.

Por Renata Maffezoli
ANDES-SN

Educadores do Rio Grande do Norte Mantêm greve forte Educadores do Rio Grande do Norte Mantêm greve forte

Professores e funcionários da rede estadual rejeitaram a proposta do governo e decidiram manter a paralisação, que já ultrapassa os 40 dias

Na tarde deste dia 14 de junho, na Escola Estadual Winston Churchil, mais de 600 trabalhadores da educação do Rio Grande do Norte decidiram manter a greve da categoria, que já dura mais de 40 dias. Por unanimidade, professores e funcionários rejeitaram a proposta da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que ainda não atende a totalidade das reivindicações nem cumpre de imediato os direitos cobrados pelos trabalhadores.

O governo reiterou a implantação do Piso Nacional do Magistério para 30 horas semanais, o que corresponde a R$ 890, e propôs atualizar em 34% os salários dos demais professores, com pagamento dividido em quatro parcelas a partir de setembro. Entretanto, a proposta se limita a atender neste momento apenas aos profissionais em início de carreira, desrespeitando o Plano de Cargos da categoria.

Para os funcionários das escolas, o governo propôs pagar à metade dos servidores - cerca de 4.600 trabalhadores - a primeira parcela do Plano de Cargos, o que corresponde a uma atualização de 30% nos salários, que já deveria ter sido implantada desde o ano passado. Dessa forma, os funcionários continuam sem nenhuma proposta que garanta o cumprimento dos seus direitos para este ano.

Durante a assembleia, os trabalhadores ratificaram a decisão de permanecer em greve até que o governo cumpra o pagamento dos direitos em atraso, sem parcelamento do Plano de Cargos.

Corte de ponto
Ao saber que os educadores não aceitaram a proposta, o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, anunciou que vai cortar o ponto dos docentes que não voltarem ao trabalho. O objetivo do governo é amedrontar os trabalhadores para encerrar a greve. Mas as decisões da assembleia da categoria mostram justamente o contrário e revelam a disposição dos educadores em continuar a paralisação. Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião para buscar a unificação da luta com as demais categorias do funcionalismo público em greve.

Temporários estão sem salários desde fevereiro
O governo do Rio Grande do Norte já pediu a ilegalidade da greve da educação e insiste em não cumprir os direitos dos trabalhadores garantidos por lei. Mas a situação de gravidade e desrespeito com a educação não se resume apenas aos profissionais efetivos. Segundo dados da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação, 913 professores contratados através de processo seletivo realizado neste ano, estão sem receber seus salários desde o registro nos quadros da secretaria. Desse total, 661 não veem a cor do dinheiro desde fevereiro. Outra parcela, de 252, não recebe desde abril.

“Que moral tem esse governo para dizer que nossa greve é ilegal?! Como pode um governo não pagar nem mesmo os salários dos trabalhadores, que por serem contratados, ainda se mantêm em sala de aula?! Para o governo de Rosalba, legal é não pagar os direitos dos educadores, não cumprir o Plano de Cargos e não pagar os salários”, afirmou a professora e militante da CSP-Conlutas, Amanda Gurgel.
 

Cerca de 300 mil pessoas marcham na Espanha contra a crise

O chamadao '19-J' foi maior que o '15-M'. Protestos se radicalizam e já falam em 'greve geral'

Em Madrid várias marchas saíram dos bairros e no caminho formaram seis grandes marchas até Netuno (monumento na Praça Cánovas del Castillo), juntando seguramente mais de 100 mil pessoas. Em Barcelona, desta vez, 100 mil foram às ruas, segundo os jornais. Em todo o país, é possível que mais de 300 mil pessoas tenham protestado.

O protesto foi visivelmente maior que a manifestação de 15 de março, o “15-M”, e desta vez houve uma composição mais popular que estudantil na mobilização e, inclusive, maior participação operária.

Convocado nas assembléias dos bairros, não apenas pelo 15-M, mas também por organizações sociais, sindicais e políticas que já vinham enfrentando os planos do governo e denunciando o papel cúmplice da CCOO e UGT, o 19-J incorporou com mais peso reivindicações mais operárias, como que os “capitalistas paguem pela crise” e a exigência de greve geral, incluída no manifesto lido em Netuno.

Uma das seis marchas veio de Vallekas, um bairro operário, e trazia à frente um cartaz que dizia “marcha contra a crise e o capital. Que os capitalistas paguem pela crise” e um carro de som com a faixa “Vallekas com a Greve Geral”.

As reivindicações democráticas seguem tendo muita força: “o que chamam democracia não o é”, “não, não, não nos representam”, “contrato de um dia para a monarquia”, “me dá um apartamento, como o do príncipe”, seguem sendo consignas abraçadas pela multidão.

Começam, no entanto, a aparecer diferenças e os limites desse setor que foi a direção do 15-M, e ainda continua sendo, ainda que nos bairros tenha menos controle. Inclusive porque a base social se torna mais popular. Este setor, que está na “Democracia Real Yá” e os das redes sociais e organizações como Attac defendem reformas no atual “Estado de Direito”, enquanto as manifestações seguem e se chocam com isso.


Na semana que passou, em Barcelona, os indignados cercaram o parlamento e achincalharam os políticos, que votam os cortes sociais que os capitalistas de toda a Europa exigem. E os governos passaram a ter uma política de criminalização do movimento. Setores da direção, “pacifistas”, ao invés de denunciar a criminalização, condenaram a suposta violência dos manifestantes.

Ainda que não se deva cair, nem protagonizar provocações e, sim, às vezes há infiltrados da própria polícia, ou inclusive setores mais exaltados do movimento; violência, como dizia uma faixa em Madrid, é o salário não chegar ao fim do mês, violência são os recortes sociais votados pelos deputados, violência é a precariedade trabalhistas e os despejos de moradores sufocados pelas hipotecas.

Desta vez, a manifestação protestava também contra o pacto do Euro, que deve ser celebrado em 27 de junho. Este “pacto” representa uma nova rodada européia de contra-reformas e retirada de direitos dos trabalhadores em prol dos banqueiros. Uma resposta em busca de uma saída capitalista para a crise, que apenas se aprofunda, como ficou demonstrado com o que tem se passado na Grécia.

Com informações de Mariúcha Fontana, de Madri