segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ANEL: Greve paralisa UFPR

Greve de estudantes e indicativo de greve dos professores demonstra descontentamento com o projeto de educação do país.

Nessa quinta feira ( 04/08/11 ) de inverno curitibano, grandes acontecimentos agitaram o movimento grevista já em curso na UFPR. Primeiro, às 16h aconteceu a assembléia da categoria docente no auditório da Administração no Centro Politécnico, onde, em maioria absoluta os professores votaram indicativo de greve. Segundo o presidente da APUF-PRsind ( Associação de Professores Universitários Federais), a pauta dos professores não difere tanto assim da dos servidores. A necessidade urgente de concursos públicos para preenchimento de vagas, o congelamento salarial e a falta de um plano de carreira são as principais reivindicações.
Às 19h, ao som de bateria, os estudantes lotaram as escadarias do DCE e a porta do RU Central. Logo após a breve confraternização, todos sentaram-se, depois de tanto tempo, nas cadeiras do amado restaurante. A Anel, o DCE UFPR e muitos centros acadêmicos – destacando aqui os representantes do Litoral e Palotina – estiveram presentes, realizando falas de apoio à greve.  Além de muitas outras que denunciavam o descaso do governo do PT e as precárias condições da educação, não só na UFPR, como em todo o país.
A assembléia teve inicio com a servidora técnica Carla Cobalchini expondo todo o processo de paralisação dos servidores. Na sequência, o professor Luiz Allan, representando o sindicado dos professores, deu a noticia do indicativo de greve docente, justificando suas pautas. Dentre elas, destaca-se a crítica ao REUNI, projeto que foi um dos principais centros de debate dos estudantes, juntamente com o novo PNE ( Plano Nacional de Educação ), as políticas de cortes de verba do governo e a luta contra qualquer forma de opressão.
Após muitos relatos indo desde falta de professores à aulas no estacionamento por falta de espaço melhor, os estudantes compreenderam que todos os problemas locais de cada curso se uniam com as pautas de melhoria da universidade que os técnicos e professores reinvidicam: o abondono da educação pública, privilegiando a iniciativa privada.
Dos mais de 400 presentes, menos de 5 foram contra a paralisação estudantil. As metas do REUNI – que dobra o número de vagas nas Universidades públicas aumentando a verba repassada em apenas 20% – e do PROUNI – que desvia dinheiro público para os barões da educação –  são ampliados no novo PNE. Vale lembrar que o problema da evasão escolar é deixado de lado, ignorando que atualmente somente 4% dos jovens acessam a universidade pública. Devemos lutar contra esse projeto, exigindo o investimento de 10% do PIB pra educação pública, JÁ!
O calendário de greve estudantil já conta com uma reunião aberta do Comando de Greve de estudantes às 19h, que será no 4º andar do DCE para liberar um calendário de atividades para a paralisação e segunda-feira haverá um grande ATO com concentração às 11h na Praça Santos Andrade.
Confira tudo a cobertura completa da Greve aqui no blog e participe da greve também!
Conheça a ANEL! “O novo pede passagem”
8h – Passagem em sala no Direito, que está tendo aula e furando a greve – Santos Andrade
10h – Mesa Setor de Jurídicas sobre o Direito de greve – Santos Andrade.
10h – Ato aniversário HC – no Teatro da Reitoria.
14h30 – CEPE / Ato no CEPE – pátio da reitoria
19h – Reunião Comando de Greve – 4º andar do DCE

Determinação mantém greves dos professores do Rio e de Minas que já duram três meses


Determinação e coragem podem expressar a ação que vêm movendo os profissionais da Educação do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. São paralisações longas, que já atingem quase dois meses. E, apesar da intransigência dos respectivos governos, eles não estão deixando a peteca cair e se mantêm firmes na luta.


Rio de Janeiro – Em assembleia realizada nesta quarta-feira (3), os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram continuar a greve. A categoria manterá o acampamento em frente à Seeduc (Secretaria Estadual de Educação) e marcou nova assembleia para a próxima terça-feira (9), às 14h, nas escadarias da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro).


Após a assembleia desta quarta, eles saíram em passeata pelas ruas do Rio com destino as escadarias da Alerj. A categoria fez um ato unitário no local, juntamente com os bombeiros e com profissionais da FAETEC (Escolas Técnicas Estaduais) que votaram, nesta quarta, por uma paralisação de 48 horas nestas unidades técnicas.

As principais reivindicações são reajuste emergencial de 26% e a incorporação imediata da gratificação do projeto Nova Escola (prevista para terminar somente em 2014).


Minas Gerais – Os profissionais em Educação de Minas Gerais também decidiram em assembleia, na tarde desta quarta-feira (3), a continuidade da greve. Após a assembleia, um ato reuniu cerca de 5 mil professores nas escadaria da igreja São José, que também saíram  em passeata pelas ruas da capital mineira.

Contra a política salarial do governador Antonio Anastasia (PSDB), a categoria reivindica o pagamento de um piso salarial de R$ 1597,87 para a jornada de 24 horas de trabalho. A lei do piso salarial nacional, sancionada pelo governo Lula e reafirmada como legal por uma decisão do STF, não atende esses profissionais. Esta lei diz que o piso deveria ser de R$ 1187,00 para uma jornada de 40 horas de trabalho, para as outras jornadas, o valor deve ser proporcional. Os professores da rede estadual de Minas Gerais exigem do governo federal a revogação dos artigos que permitem esta proporcionalidade.

Com informações do Sepe e Movimento Educação em Luta de Minas Gerais

Atualização: Mais de 800 estudantes são presos após manifestações no Chile

É a maior repressão após dois meses e meio de intensa mobilização pela educação pública


Estudantes chilenos voltaram às ruas do país nesse dia 4, reivindicando a reforma no sistema educacional e mais recursos públicos ao setor. Milhares de estudantes universitários e secundaristas não se deixaram intimidar com a proibição do protesto pelas autoridades, foram às ruas e armaram barricadas nas ruas de Santiago. Além da capital, houve manifestações em mais 12 cidades.

Numa medida inédita desde a ditadura Pinochet, o governo bloqueou as passagens para a Praça Itália, local onde se concentrariam as marchas dos estudantes. Os manifestantes, porém, adotaram uma tática de protestos dispersos pelas ruas e avenidas do centro da capital chilena.

A polícia, no entanto, reprimiu fortemente o protesto. Com gás lacrimogêneo e jatos d´água, os “carabineros” investiram contra os manifestantes, em confrontos que duraram pelo menos 6 horas. Ao final, o próprio governo registrou a detenção de 874 estudantes, segundo estimativa divulgada nesse dia 5.

Um grupo de estudantes chegou a invadir a sede de uma rede de televisão, Chilevisión, a fim de expressar suas reivindicações. Á noite, estudantes e a população fizaram um 'cacelorazo' (panelaço) em repúdio à repressão. Os panelaços foram muito usados em protestos contra a ditadura Pinochet.



Radicalização
Os protestos massivos dos estudantes já duram mais de dois meses no Chile e tem como o alvo o injusto e elitista sistema de educação do país. Não há educação gratuita e, mesmo os colégios e universidades públicas, são pagos. Grande parte dos recursos públicos vai para as instituições privadas e, apesar de o lucro ser proibido, na prática elas encontram brechas na legislação para lucrarem. Os estudantes mais pobres, quando conseguem estudar, acabam endividados.

O desgastado governo de Sebastián Piñera se recusa a implementar uma verdadeira reforma da educação e apenas apresenta medidas cosméticas. Trocou o ministro da Educação, tirando Joaquin Lavín para colocar o ex-ministro da Justiça, Felipe Bulne, que ganhou prestígio após o resgate dos 33 mineiros soterrados no ano passado. Não há, porém, medidas concretas para atender as reivindicações dos estudantes.

Agora, aposta na repressão para deter o movimento. “Há um limite, os estudantes não são os donos desse país”, afirmou o porta-voz do governo, Andrés Chadwick a uma rádio. Os estudantes, por sua vez, exigiram propostas concretas do governo e prometem mais mobilizações.