sábado, 23 de abril de 2011

Governo cumpre a lei da data base.

Na última quarta-feira, o governador do Paraná anunciou o que ninguém deveria de ter dúvidas: cumprirá a lei da data base com um reajuste de 6,5%. Esse índice de reajuste é calculado levando-se em consideração o IPCA, uma base de cálculo para a inflação do período. Porém, achamos esse índice muito baixo. Como sabemos, vários produtos alimentícios subiram muito mais que isso, sem contar o aluguel, os combustíveis, as passagens de ônibus, etc

Mais que isso, devemos lembrar que nossa campanha salarial não se limita ao cumprimento da lei da data-base. Temos várias questões em nossa pauta de reivindicações, tendo algumas que devem ser discutidas imediatamente. Vamos a alguns exemplos:

1- Equiparação salarial - o governo prometeu equiparar o salário em 4 parcelas, durante os quatro anos de governo. Esse índice tem que ser aplicado também para os funcionários. Temos que estar em vigília constante!

2- Lei do piso: para que o governo passe a cumprir a lei, deverá ainda haver um incremento de 3% ao salário dos professores. A questão dos 33% de hora atividade ainda não está acertada; precisaremos de muita mobilização para conquistar os 33%, rumo à nossa reivindicação histórica: 50% de hora atividade.

3- Por um plano de saúde público que realmente atenda as necessidades dos trabalhadores em educação.

4- Equiparação do valor do auxílio transporte dos funcionários ao dos professores. Hoje os funcionários ganham metade do valor do auxílio transporte do professor. Não há explicação para isso, a não ser o desrespeito e a discriminação em relação ao funcionário de escola.

5- Por um auxílio alimentação no valor da cesta básica (R$ 248,42).É inaceitável que o servidor continue recebendo os míseros R$ 50,00.

6- Aumento do porte das escolas e contratação imediata de mais professores e funcionários por concurso público.

Somente por esses exemplos, fica claro que a nossa campanha salarial está apenas começando e teremos muita luta pela frente.É hora da direção do sindicato chamar uma assembleia para discutirmos os próximos passos de nossa campanha salarial.

Dia Nacional de Lutas

Greve de professores em Honduras

Há três semanas, o magistério hondurenho, organizado na FOMH (Federação de Organizações Magisteriais de Honduras), protagoniza uma heroica greve contra a municipalização da educação, pela defesa dos seus legítimos direitos a um salário justo e a uma aposentadoria digna, e contra a corrupção e o desfalque financeiro perpetrado pelo Governo contra o Instituto de Previdência do Magistério (INPREMA).

Nesses dias, os professores enfrentaram e resistiram à forte repressão do ilegítimo governo de “Pepe” Lobo, continuador do governo de fato gerado pelo golpe de Estado de 2009 que derrubou o presidente Manuel Zelaya e o expulsou do país. Com sua ação repressiva, a polícia já assassinou uma professora de 59 anos, a companheira Ilse Ivania Velázquez Rodríguez e feriu e intoxicou com gases centenas de professores. 24 companheiros foram presos.

A greve é uma reação do magistério a um ataque geral do governo a este sindicato na tentativa de retirar suas conquistas, derrotá-lo e, assim, desarticular o principal setor do movimento popular hondurenho e, portanto, a coluna vertebral da resistência ao regime gerado pelo golpe de Estado. Este ataque não é de agora. Ano passado, o governo de Lobo não cumpriu um acordo assinado por ambas as partes na greve anterior, um fato sem precedentes em décadas de luta.

O ataque do governo engloba vários aspectos, sendo os principais: a Lei de municipalização da educação, aprovada em primeiro debate pelo Congresso Nacional; a aprovação e aplicação da Lei Geral de Educação, que automaticamente dissolve o Estatuto do Docente e a descapitalização do Instituto Nacional de Previdência Magisterial (INPREMA) por parte do governo.


A greve do magistério de Honduras é o ponto mais avançado da resistência popular hondurenha ao regime imposto pelo golpe militar de 2009. Apoiar esta luta é um dever de todas as organizações sindicais e populares da América Latina, especialmente das ligadas ao setor da educação. A LIT-QI se solidariza com a luta dos professores hondurenhos e reproduzimos em nosso site algumas declarações de solidariedade de organizações políticas e sindicais. Fazemos isso para apoiar a heroica luta do povo hondurenho para derrotar o regime golpista e varrer, definitivamente, todas as tentativas reacionárias de eliminar as liberdades democráticas na América Latina e no mundo.