quinta-feira, 14 de julho de 2011

RN: trabalhadores em greve acampam em frente à sede do governo

JOÃO PAULO DA SILVA de Natal (RN), também escreve o blog ascronicasdojoao.blogspot.com


“Pra pressionar a governadora, unificar a classe trabalhadora!” . Esta foi uma das palavras de ordem que embalou a manifestação de centenas de servidores públicos na manhã desta quarta-feira, dia 6, em Natal. Com o objetivo de buscar uma negociação junto à governadora Rosalba Ciarlini (DEM), cerca de 400 trabalhadores estaduais unificaram suas reivindicações e fizeram um acampamento em frente à sede do governo. Dentre as categorias que permanecem em greve no Rio Grande do Norte, estiveram presentes no protesto servidores da Educação, do Detran/RN, da Tributação e da Universidade Estadual, além de setores da administração indireta.

O acampamento simbólico que unificou as lutas destes trabalhadores ocorreu junto com a paralisação nacional da educação e com o 13º Grito da Terra em Natal, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn). A pauta dos agricultores buscava mais investimentos e infra-estrutura para a agricultura familiar. A professora Amanda Gurgel participou do protesto e destacou a importância de unificar o movimento. “A ideia é unificar as lutas de todas as categorias em greve para alcançarmos um poder maior para pressionar o governo a negociar”, defendeu ela. Ao final do dia, o acampamento saiu com uma negociação marcada.

Desde o início da greve dos educadores do Estado, a categoria exige da direção do sindicato (Sinte/RN) a unificação das lutas dos trabalhadores em greve. Entretanto, a diretoria da entidade, que é dirigida pelo PT e pela CUT, não vinha encaminhando as decisões dos servidores. “O acampamento unificado só ocorreu por pressão da base dos educadores, que forçaram a direção a realizá-lo ”, disse a professora Luciana Lima, da Oposição CSP-Conlutas na Educação. 



“Ei, governo aí! Pague meu plano aí!”
Diante de diversas reivindicações específicas, uma já se tornou unanimidade entre os trabalhadores em greve no Estado. O descumprimento, por parte do governo, dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários das categorias tem deixado os servidores com suas remunerações bastante defasadas. Somado a isso, está a inflação, que continua elevando o custo de vida para os trabalhadores. Utilizando a irreverência como uma forma de luta, os funcionários da Fundação José Augusto, que cuida do patrimônio cultural do Estado, alegraram a manifestação com parodias de famosas marchinhas de carnaval. “Ei, governo aí! Pague meu plano aí, pague meu plano aí! Vai pagar. Não paga não?! Então vai ver a grande confusão. Vou fazer greve, greve até pagar. Pague, pague já! Pague meu plano aí!” , cantavam todos.

Entretanto, outras reivindicações também fizeram parte do protesto unificado, como a exigência de melhores condições de trabalho e a realização de concurso público. Em greve há mais de 40 dias, os servidores do Detran/RN reforçaram a cobrança do cumprimento do Plano de Cargos e denunciaram a “enrolação” do governo para homologar o concurso do órgão, realizado no ano passado. “Nós queremos que a governadora Rosalba cumpra a lei e aplique as reformulações do Plano de Cargos que a categoria conquistou em 2010 com muita luta. Além disso, exigimos a imediata homologação do concurso e a nomeação dos 282 aprovados. Estamos fartos de enganação”, afirmou Alexandre Guedes, funcionário do Detran e membro da coordenação da CSP-Conlutas/RN.

Servidores da educação não se intimidam com ameaça de corte de ponto
No dia 5, reunidos em assembleia, os servidores da educação estadual reafirmaram a continuidade da greve, que já dura mais de dois meses, mesmo sob a ameaça do governo de cortar o ponto dos grevistas. A justiça foi acionada para julgar o pedido de ilegalidade do movimento, mas isso não intimidou os trabalhadores. “A disposição de nossa categoria na greve e nas assembléias é a de permanecer na luta. Não estamos intimidados pela ameaça de corte de ponto. Nós estamos aqui (na sede do governo) para dizer que não concordamos com essa política de arrocho salarial e que nós não temos medo da governadora Rosalba. Não adianta nos ameaçar. É muito mais digno a gente passar um mês ou dois de dificuldade por causa dessa ameaça da governadora do que passar o resto da vida nessa mediocridade que a gente vive hoje”, discursou a professora Amanda Gurgel durante o protesto.

Amanda ainda criticou a proposta de compor uma mesa de negociação com a justiça, e não com o governo. “A experiência que temos com a justiça não é nada boa. Nossas greves geralmente são julgadas ilegais. Não seria diferente agora. Se a justiça quer nos ajudar, então por que não obriga a governadora a cumprir a lei do Piso Nacional com efeito retroativo ao mês de abril?” , questionou a militante do PSTU. Além do cumprimento da lei do Piso Nacional, os servidores da educação reivindicam ainda a aplicação do reajuste de 34% no Plano de Cargos até o mês de setembro, e não até dezembro como propõe o governo.


Profissionais da Educação acampam em frenta a Secretaria no Rio

Em greve há mais de 35 dias, categoria é reprimida por tropa de choque do governador Cabral. Leia proposta de Moção do sindicato.

Na última terça-feira, 12, os profissionais da educação do Rio de Janeiro, em greve há 35 dias, passaram a madrugada acampados em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação do Rio (Seeduc).

O protesto foi motivado pela falta de diálogo por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB), e exigiram uma audiência com o secretário de educação.

Pela manhã, a categoria realizou uma assembleia em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A assembleia aprovou a continuidade da greve e, logo em seguida, realizou uma passeata até a Seeduc.

Os manifestantes chegaram a ocupar o 5º andar do prédio, onde se localiza o Gabinete do secretário Wilson Risolia. Durante a ocupação, o Batalhão de Choque da PM foi chamado e chegou a jogar gás de pimenta nos educadores. Muitos ativistas estavam com adesivos do PSTU que denuncia a repressão de Sergio Cabral contra qualquer protesto ou luta social, como ficou emblemático na greve dos bombeiros do Rio.

Após a ocupação, o secretário aceitou receber representantes do sindicato em uma audiência de emergência. O secretário de Planejamento, Sergio Ruy, também participou da reunião, onde, no entanto, não houve contraproposta salarial por parte do governo. A categoria pede reajuste emergencial de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015), e descongelamento do Plano de Carreira dos funcionários administrativos.

Segundo Vera Nepomuceno, do Sepe-RJ, a evasão na Educação no Rio de Janeiro nos últimos cinco anos foi de três mil profissionais. Os motivos apontados pela sindicalista são doenças e os baixos salários. Os professores com nível superior têm piso de R$ 765,66 e os demais R$ 680. Funcionários administrativos recebem R$ 433, mais gratificação de R$ 100.

Depois os profissionais de educação decidiram acampar em frente à Secretaria pelo menos até quinta-feira, dia 14, quando está marcada nova audiência com o governo. Os profissionais desocuparam o 5º andar e se juntaram ao acampamento.

O Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio está chamando a categoria a se incorporar ao acampamento. Também está realizando uma série de atividades no acampamento, como aulas públicas. Os trabalhadores realizarão uma nova assembleia na próxima sexta-feira, dia 15, às 14h, no Clube Municipal, na Tijuca.

Leia abaixo modelo a Moção de solidariedade à luta dos profissionais de educação das escolas estaduais do Rio de Janeiro 

O Governo Sérgio Cabral mantém uma relação privilegiada com as empreiteiras, as multinacionais e os bancos. Para os seus amigos não falta dinheiro. São obras faraônicas de utilidade duvidosa. Todos os recursos destinados à educação vão parar nos bolsos das empresas, dos bancos e fundações. Para as escolas sobra falta de professores, funcionários e equipamentos didáticos. Além disso, Cabral se recusa a fazer qualquer tipo de concessão de reajuste ou reposição de perdas salariais. Um professor concursado, com formação universitária recebe um salário de menos de 700 reais. Um funcionário tem salário menor que o salário mínimo e não tem plano de carreiras. A merendeira ou a bibliotecária tem o mesmo mísero salário.

Por tudo isso e com a necessidade dos educadores oferecerem aos seus alunos um ensino de qualidade, a educação estadual entrou em greve a partir de 07 de junho.
Cabral promove a mesma política do governo Dilma. A imprensa tem mostrado a quadrilha que se locupleta com o dinheiro público em Brasília e no Rio de Janeiro.
No Rio, o caso veio à tona com a revelação de que Eike Batista, do Grupo EBX, emprestou um jatinho para Cabral festejar o aniversário de Fernando Cavendish, da Delta Construções, na Bahia. Eike e Cavendish são dois dos muitos generais que comandam a pilhagem de recursos públicos no estado fluminense.

A sangria de bilhões de reais que vão para o bolso da burguesia só é possível com a política de Cabral de arrocho salarial sobre os servidores, principalmente, a educação. Portanto, há dinheiro para reajustar os salários. Há dinheiro para remunerar com dignidade os aposentados e pensionistas. Além de eleição para as direções das escolas; a revitalização do IASERJ; a não extinção das 22 escolas noturnas; o cumprimento do plano de carreiras dos funcionários e a regularização da situação dos animadores culturais, entre outras. É nessa situação que Cabral se recusa a reconhecer a greve e atender as justas reivindicações dos educadores fluminenses.

Nós, ___________________________(entidade), somos solidários com a luta destes trabalhadores. Sua luta é em defesa da educação estadual no Rio de Janeiro. Por isso exigimos que este governo atenda imediatamente todas as reivindicações, faça concurso público para o quadro de professores, funcionários e aumente os investimentos na educação. Não é possível que no Rio tenha dinheiro para empreiteiro e não tenha para a educação pública. 




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