segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Amanhã é dia de luto e de luta!!!

Amanhã é uma data muito especial para nós trabalhadores em educação. Há 23 anos atrás, em 30 de agosto de 1988, os trabalhadores em educação (em greve naquele momento por condições de trabalho, salários  e em luta por uma educação de qualidade) foram brutalmente reprimidos pela polícia, a mando do então governador, Alvaro Dias (PSDB). Esse dia ficou na história como um dia de luto e luta.

Infelizmente, de lá pra cá, a situação da educação pouco mudou. Trabalhadores com baixos salários, péssimas condições de trabalho, salas superlotadas, fazem parte do cotidiano escolar. Pra piorar, Beto Richa (do mesmo partido de Alvaro Dias - PSDB) começa o seu mandato fazendo exatamente o contrário que prometeu em sua campanha eleitoral.

Estamos acompanhando um verdadeiro ataque do governo do PSDB à educação pública. O governo não cumpriu sua promessa de equiparação salarial, não cumpre a lei do Piso Salarial Nacional, não pagou ainda as promoções e progressões em atraso, não esconde a proposta de uma política de diminuição de trabalhadores (tanto na questão do porte das escolas, como na política mais recente de fechamento de turmas e superlotação de salas). Além de várias distorções, como o valor do auxílio alimentação de míseros 50 reais e o valor do auxílio transporte dos funcionários metade do que ganha um professor.

Esse desmonte das escolas públicas faz parte de uma política de cortes de verbas que vem tanto do governo federal (50 bilhões no início do ano) como do governo estadual (15% logo no início do governo). É esse mesmo corte de recursos que fez os estudantes da Universidade Estadual de Maringá - UEM, bravamente ocupar, na última quinta-feira, a reitoria da universidade e lá se encontram até hoje.Temos que cercar esses estudantes de solidariedade e apoio.

Estamos cansados de saber que os problemas da educação são problemas de financiamento. Enquanto  os governos transbordam os bolsos dos banqueiros e grandes empresários, cada vez mais cortam recursos para educação, saúde, etc.Precisamos ir às ruas e exigir do governo a aplicação de 10% do PIB para a educação.

Como percebemos, temos motivos de sobra para lutar. Chamamos todos os trabalhadores em educação a participar do ato de 30 de agosto em Curitiba e nas regionais.

Em Maringá, entendemos que é fundamental a unificação do ato dos educadores com o dos estudantes da UEM. Nossa luta é uma só. Amanhã será um grande dia, que ficará marcado na história da educação de Maringá.

Compareça: Em Maringá, praça Raposo Tavares, 9 horas da manhã.

Nos vemos lá!!!

Pelos 10% do PIB para a educação;
Contra a política de fechamento de turmas;
Pela aplicação do piso salarial nacional e de uma verdadeira proposta de equiparação aos professores;
Equiparação do auxílio transporte e reajuste do vale alimentação já!
Em defesa da escola Pública, gratuita, laica e de qualidade!

Adolescente é assassinado durante protestos no Chile

Testemunhas acusam polícia de atirar contra garoto. Assassinato deve aprofundar crise política do governo Piñera


 Após sucessivas repressões contra os protestos estudantis que tomam conta do Chile há pelo menos dois meses, finalmente os ‘carabineros’, a polícia chilena, e o governo conseguiram o que buscavam. Na madrugada desse dia 26 de agosto, um adolescente foi assassinado em Santiago. O jovem Manuel Gutierrez foi atingido por um disparo no peito no distrito de Macul, setor leste da capital. Apesar do ministério do Interior ter informado que o adolescente tinha 16 anos, alguns veículos de comunicação afirmam que o jovem contava com apenas 14.

Segundo o que testemunhas relataram à imprensa, o adolescente foi atingido por um disparo que partiu de um carro, que fugiu logo em seguida. “Eu vi os carabineros dispararem e não sou a única testemunha” , afirmou o irmão da vítima, que é cadeirante e estava sendo levado por Manuel quando ocorreram os disparos. A princípio pensaram se tratar de uma bala de borracha. Só quando os médicos anunciaram a morte do garoto, soube-se que na verdade era um projétil de calibre grosso.

Apesar do comando dos carabineros ter negado a participação dos policiais no assassinato, familiares e amigos do adolescente acusam as Forças Especiais de Carabineros, que estavam a apenas 300 metros do local. Eles informam ainda que no local do assassinato não havia confrontos com a polícia, como em outros lugares da cidade.



Greve Geral
Os dias 24 e 25 foram marcados por uma forte greve geral no país, que uniu os estudantes em luta por uma educação pública e gratuita e trabalhadores de diversos setores, contra a política econômica neoliberal de Sebastián Piñera. A greve foi marcada pelas paralisações, que se intensificaram no segundo dia, e por marchas multitudinárias nas ruas das principais cidades do Chile. Foram as maiores manifestações desde a queda da ditadura.

A repressão do governo foi mais uma vez brutal e, além do adolescente morto, foram detidos 1394 manifestantes. O assassinato deve aprofundar a crise no qual se afunda o governo, que amarga aprovação de apenas 26% da população, menor índice desde a era Pinochet. Piñera, por sua vez, se limitou a chamar os estudantes para uma nova rodada de negociações. Outros ministros, por outro lado, atacaram a greve e o movimento dos estudantes e trabalhadores, taxando de “inútil”.

O Secretário Geral da Renovacion Nacional, Mario Desbordes, do partido de Piñera, foi além e pediu o recrudescimento da repressão contra os protestos. Nesse dia 26, enquanto se investigava quem assassinou o garoto em Macul, pediu que os ‘carabineros’ sejam autorizados a utilizar balas de borracha. “A água e o gás não são suficientes”, disse.