quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eleições da APP sindicato

Encerraram as isncrições de chapas para a eleição da APP- sindicato. A oposição terá sua chapa estadual e também em 3 núcleos sindicais: Toledo, Maringá e Curitiba Norte. A partir de agora estaremos postando textos no blog para que propiciem a reflexão e a discussão.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

No Rio e MG greve dos profissionais em Educação continua firme; após 80 dias de luta, paralisação é suspensa em RN

Os profissionais de educação continuam na luta pro melhores salários e contra o desmonte do ensino público.  Apesar dos duros ataques por parte do governo, educadores de estados como RJ e MG seguem firme com a paralisação que já dura mais de 40 dias.  No Rio Grande do Norte, após 80 dias de intensas mobilizações, a greve histórica dos educadores estaduais foi suspensa.  Ainda assim,  a categoria continua sacudindo as ruas de RN com protestos e manifestações em defesa da Educação.



No Rio, educadores fazem enterro simbólico de contracheque – Os profissionais da Rede estadual do Rio, em greve desde o dia 7 de junho, realizaram um protesto na Praia do Leblon na manhã deste domingo (24). Em determinados pontos da praia foram colocados centenas de cartazes com a reprodução de contracheques de professores e funcionários. Durante o percurso esses trabalhadores exigiam que o governo do estado reabrisse as negociações com a categoria. Os bombeiros e a PM também participaram da manifestação e muitos populares deram seu apoio aos profissionais da educação.


Os educadores prosseguem com o acampamento em frente à Secretaria de Educação do Rio. A próxima assembleia da categoria ocorre no dia 3 de agosto.


A CSP-Conlutas enviou uma moção de solidariedade aos educadores que foi reproduzida no site do Sepe.


Veja o terceiro vídeo dos educadores acampadoshttp://www.seperj.org.br/ver_video.php?cod_video=35


Em Minas, a greve segue firme e forte! Os educadores da rede estadual de Minas Gerais continuam determinados em sua greve, iniciada em 8 de junho. A continuidade da paralisação é a resposta da categoria ao Governo do Estado que se mantém irredutível em discutir a implantação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).  Em reuniões com o Comando de Greve o governo informou que só aceitaria negociar as reivindicações dos educadores após o encerramento da greve.


A nova assembleia dos trabalhadores (as) será realizada também no dia 3 agosto, a partir das 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de MG.


Após 80 dias de luta, greve dos educadores de RN é suspensa - Os trabalhadores em educação da rede estadual do Rio Grande do Norte decidiram encerrar a greve na última quarta-feira (20). A categoria não aceitou a proposta apresentada pelo governo e, mesmo com o fim da paralisação, continua mobilizada. Os educadores de RN resistiram bravamente contra as ameaças de corte de salários e até demissão por parte do governo, que contou com o auxilio do poder judiciário.


A greve acabou, mas a disposição da categoria não. Como prova disso, na última sexta-feira (23), foi realizada a Marcha Pela Educação em RN, organizada pelo movimento sindical, estudantil e popular. Com faixas e cartazes  os manifestantes exigiam 10% do PIB para educação e melhorias no ensino.


Foto: retirada do site do Sepe

terça-feira, 19 de julho de 2011

Profissionais em Educação da rede federal entram em greve a partir de 1º de agosto

O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), fechou neste sábado (16 de julho) os últimos preparativos para a deflagração da greve em suas bases a partir de 1º de agosto. Nas votações, não houve delegados/as contrários à deflagração do movimento grevista dos trabalhadores e trabalhadoras da educação que atuam nas instituições da rede federal de ensino (Institutos Federais de Educação, CEFET’s, Colégio Pedro II, e outros).

A plenária contou com a participação de 40 seções e/ou sindicatos, 54 delegados/as e 31 observadores/as, também estiveram presentes representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (FASUBRA), Luiz Antônio, e da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF), Neide Solimões. Com a pauta voltada apenas para a greve, os informes e a análise de conjuntura tiveram falas esclarecedoras sobre o tema. A Direção Nacional informou sobre as audiências realizadas com o governo (MEC e MPOG), onde não foram apresentadas respostas formais à pauta de reivindicações protocolada em 17 de maio de 2011. O debate principal, com objetivo de organizar os detalhes para a greve, teve boa participação de delegados/as e observadores/as, que apresentaram sugestões de atividades de greve que refletem as necessidades de cada base representada.

Fonte: SINASEFE

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Profissionais em Educação do Rio, MG e RN continuam em greve; paralisação é suspensa em SC

Assembleia decide manter acampamento na Seeduc-  Em assembleia realizada na útima sexta-feira (15), com a participação de mais de 1.500  pessoas, os profissionais em Educação do Rio de Janeiro, decidiram pela continuidade da greve e por manter o acampamento  em frente à Seeduc (Secretaria Estadual de Educação do Rio). O acampamento teve início na ultima terça-feira (12) e a expectativa é de que continue até o final de julho.

Uma nova assembleia será realizada no dia 3 de agosto. Até lá, os educadores continuam mobilizados.

MG sem atendimento de reivindicação –  Nesta segunda-feira (18) o comando de greve dos profissionais da Educação se reuniu com o governo, porém não houve avanços nas negociações. As mobilizações  seguirão firmes e, mesmo com o recesso, os profissionais prometem realizar uma verdadeira caça ao governador Anastasia, e farão manifestações nos locais onde ele estiver, para que suas  reivinidicações sejam atendidas.

Na ultima terça-feira (12), mais de mil pessoas, entre profissionais da Educação, trabalhadores da saúde e estudantes secundaristas de Grande Belo Horizonte realizaram mobilizações na Cidade Administrativa, na capital.  Alguns educadores que faziam  uma manifestação na rodovia MG 10 foram fortemente reprimidos pela polícia, que utilizou gás de pimenta contra os manifestantes. Este fato não abalou os ânimos dos educadores, que continuam firmes em sua luta.

Ameaça de demissão não abala greve em RN – Os educadores do Rio Grande do Norte estão enfrentando duros ataques do governo. O Ministério Público, após decisão judicial, recomendou o governo do Estado a abrir processo administrativo para demissão dos grevistas.

Mesmo após esse golpe, os trabalhadores da rede pública estadual de ensino, numa decisão corajosa, em assembleia realizada na ultima quinta-feira (14), decidiram continuar a greve, mesmo sob as ameaças dos poderes executivo e judiciário.

A disposição dos educadores de RN em lutar por melhores condições de trabalho e salário  permanece inabalável.

Greve é suspensa em SC, mas luta continua – A paralisação em Santa Catarina foi suspensa, mas o estado de greve continua. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta segunda-feira (18).

Os profissionais de Educação continuarão mobilizados pela elaboração de um projeto que contemple o piso de carreira com a manutenção de todos os direitos dos profissionais do magistério, e continuam lutando contra o PLC (Projeto de Lei Completar) 026/2011  que desfigura o nível e referência da tabela salarial, aprovado na última quinta-feira (13) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Solidariedade - A CSP-Conlutas se solidariza com as greves em curso pelo país e continua apoiando a todos (as) os (as) profissionais de Educação em luta.

Força e coragem para lutar pela escola pública!

do blog da professora Amanda Gurgel



No dia 13 de julho, como se vivêssemos uma novela, cujo início, meio e fim tod@s já conhecessem, foi divulgada a decisão judicial que determinava aos professores (as) grevistas da educação estadual do RN o retorno imediato à sala de aula. Com base na decisão, a Secretaria de Educação se desarvorou a publicar um calendário de reposição das aulas nos jornais locais. Um esforço em vão, já que a decisão unânime da assembleia d@s trabalhadores (as) em educação, no dia 14, foi de manter a greve.

Após tal decisão, Rosalba Ciarlini (DEM), governadora do RN, que até então vinha se comportando com a arrogância típica de uma rainha que não desce do trono para se dirigir aos súditos, resolveu dar as caras pela primeira vez, após quase 80 dias de greve, para dizer que sofreríamos corte de ponto, processo administrativo, exoneração, substituição, etc e tal, demonstrando o seu desespero e agonia diante da desobediência e atrevimento d@s súdit@s.

É, Rosalba, sinto informá-la, mas a luta de classes tem dessas coisas... chega uma hora em que a parte mais fraca cansa de apanhar e acaba descobrindo que, na verdade, é a parte mais forte, porque é a maioria. Acaba descobrindo que passou uma vida inteira de privações e sofrimento, enquanto @s responsáveis pela sua pobreza gozavam uma vida regada a bebidas caras e toda sorte de esbanjamentos. Chega uma hora em que a gente entende que a obediência nem sempre é a melhor opção. Entende que a lei não existe para defender, mas sempre para punir os oprimidos.

Naquela assembleia do dia 14 de julho, apenas repetimos o que Rosalba se recusava a ouvir: nós estamos dispost@s a mudar o final dessa novela em que a vilã sempre leva a melhor. E se ela resolveu apelar para o supra-sumo dos três poderes, tivemos que dizer também para ele: não acreditamos mais que a justiça seja justa. Reveja suas posições.

O julgamento de ilegalidade da nossa greve foi dado com base em um argumento classificado como “social”. Segundo a justiça, @s alun@s que vão fazer vestibular não podem ficar prejudicad@s. Alegou, ainda, o risco “iminente e irreparável” de perda do ano letivo.

Em primeiro lugar, é necessário enfatizar a grande demagogia existente nessa alegação judicial. Convenhamos, em que momento o poder judiciário brasileiro esteve preocupado com problemas sociais? E se está tão preocupado assim por que não trata logo de obrigar os governos a cumprirem a LEI DO PISO NACIONAL, por exemplo, ou de expropriar os bens de Palocci, convertendo seus R$ 20 milhões em algo que gere trabalho e renda para os pobres do nosso país? E nem me venham com explicações sobre as instâncias e as varas, e dizer que uma coisa não tem a ver com a outra, que estamos falando da Federação e do Estado e blá blá blá. Eu não estou falando disso! Estou falando da essência desse poder que consegue incorporar, com “requintes de crueldade”, o caráter de classe da nossa sociedade.

Falar em prejuízo d@ vestibuland@ de baixa renda a essa altura do campeonato? Faça-me o favor! Quantas vezes 1% que seja d@s noss@s alun@s entraram em alguma universidade pública? Quantas vezes algum (a) juiz (a) ou algum (a) promotor (a) se ocupou em dizer a qualquer governador (a) que é ilegal se utilizar da necessidade material de profissionais e estudantes que se submetem a contratos e estágios firmados ao final do ano letivo, aprovando alun@s que passaram um ano inteiro sem aulas, garantindo as condições burocráticas para inscrição deles (as) no vestibular? A resposta é: NUNCA! E esse mesmo poder vem agora nos falar de prejuízo aos noss@s alun@s? Vem dizer que somos ilegais justamente por estarmos denunciando esses problemas e lutando pelo direito inalienável deles (as) a uma educação de base e uma universidade pública de qualidade? Essa é uma piada de muitíssimo mau gosto!

Não é possível que, sendo a maioria, aceitemos passivamente permanecer sob o jugo de três poderes que estão freqüente e articuladamente envolvidos em escandalosos casos de corrupção. Que conseguem através de sórdidas maracutaias, cuja engrenagem nós não somos capazes nem mesmo de imaginar, conferir prejuízos financeiros irreparáveis aos cofres públicos, sem nunca serem condenados, exatamente por serem eles (as) mesm@s @s responsáveis pelos próprios julgamentos.
A nossa decisão foi absolutamente acertada. E, por isso, estou – como nunca estive – muitíssimo orgulhosa da minha categoria. Não podemos esperar que alguém que nunca pisou no chão de uma escola possa compreender as nossas razões e o caráter urgente da necessidade de melhoria das nossas condições de vida e trabalho. Essa luta é nossa e de toda a população. Portanto, cabe somente a nós o poder de decidir quando ela começa e quando é suspensa.

Digo aos meus colegas que essa é a nossa hora e que não podemos perder o bonde da história, desperdiçando uma oportunidade ímpar de escrevermos um capítulo inédito dela! Força! Coragem! Não nos preocupemos com riscos “iminentes e irreparáveis” no campo da burocracia. Nos preocupemos sim, com o risco iminente e irreparável da perda do que sobrou da nossa dignidade, que foi sorrateiramente amputada governo após governo, e que hoje é definitivamente soterrada por Rosalba. Retomemos o diálogo com os pais, as mães e @s alun@s sobre a legitimidade da greve e desconstruamos o discurso do prejuízo nesse período opondo-o à realidade do prejuízo distribuído em 200 dias letivos de precariedade e exploração! Não vacilemos em dizer que a responsabilidade pelo caos na educação é tão somente de Rosalba, e não nossa, pois somos tão vítimas quanto @s alun@s.

Exigimos que a governadora faça como fez com todas as outras categorias que estavam em greve: atenda às nossas reivindicações para que possamos finalmente retornar ao trabalho. É somente em nome da educação pública que reafirmamos a nossa posição, pois não há motivo para desistência enquanto há disposição para uma luta justa!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Professora negra vence processo de crime racial contra diretora de escola

A professora e pedagoga de Ciências Sociais, Neusa Maria de Marcondes (62) ganhou na justiça o processo de crime de racismo contra a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Benedito Calixto, Francisca Silvana Teixeira. A sentença saiu no dia 6 de julho em São Paulo.

A professora explicou que foi agredida verbalmente pela diretora por ser negra. “Ela [a diretora] me chamou em sua sala para eu assinar um documento, e disse dessa forma: `vem aqui assinar o documento, sua macaca´. Eu sou militante, sindicalizada e atuo no movimento negro (…), não podia de maneira nenhuma deixar que esse ato desrespeitoso passasse impune”, enfatizou.

Em março de 2009, a professora entrou com processo de crime racial contra a diretora e esperou sair a sentença para vir a público. Nesse período, muitos diziam para ela desistir, pois o processo não iria dar em nada e que desculpasse a diretora. Neusa não esmoreceu e prosseguiu com a iniciativa.

A diretora foi condenada a um ano de reclusão, pena reduzida para trabalhos na comunidade. “Infelizmente nesse país ninguém vai preso, mas eu vou continuar lutando contra a impunidade”.

Neusa disse que além do processo criminal, vai exigir uma posição da Coordenadoria de Educação de Itaquera (SP) e da Ouvidoria da Secretaria de Educação sobre o caso.

A professora espera que as pessoas tenham coragem de se rebelar contra qualquer tipo de preconceito.  “Quem sofre com a homofobia, racismo ou machismo, têm que reagir, não podemos sofrer calados, enquanto aceitarmos o preconceito não conseguiremos nada, precisamos lutar e não nos deixar diminuir”, desabafou.

Neusa informou que infelizmente existe o preconceito com os negros no Brasil, de maneira velada, mas existe.  “O que é ser negro no Brasil? É ser discriminado e subjugado. Nós precisamos ser fortes para superar tudo isso (…) temos que ser guerreiros e continuar lutando. Esse processo de crime racial que ganhei na justiça é uma vitória não só minha, mas de todo o movimento negro”, finalizou.

Profissionais da Educação acampam em frente à secretaria do Rio; greve continua em MG, RN e SC

No Rio, acampamento na Seeduc - Na terça-feira (12) os profissionais da Educação do Rio de Janeiro, em greve desde o dia 7 de junho, radicalizaram o movimento e acamparam em frente à Seeduc (Secretaria Estadual de Educação do Rio). A categoria chegou a ocupar o 5° andar prédio, exigindo uma audiência com um representante do governo. Após a pressão feita pelos manifestantes, o secretário da Educação, Wilson Risolia, e o secretário de Planejamento, Sergio Ruy, se reuniram com representantes do Sepe (Sindicato dos Professores Estaduais do Rio de Janeiro), porém não houve contraproposta salarial por parte do governo.

Uma nova audiência foi marcada para esta quinta-feira (14). Os trabalhadores da Educação decidiram permanecer em frente ao local até a realização desta reunião.

Confira o vídeo feito pelo Sepe sobre o acampamento: http://www.seperj.org.br/ver_video.php?cod_video=29

Greve longa em MG - Também em Minas Gerais os professores e funcionários das escolas estaduais estão em luta por melhores salários e condições de trabalho. Numa greve que já dura 37 dias.  Nesta quarta-feira (13) eles realizam uma assembleia estadual da categoria para definir os rumos do movimento.

Na terça-feira (12), mais de mil pessoas, entre profissionais da Educação, trabalhadores da saúde e estudantes secundaristas da Grande Belo Horizonte, realizaram manifestação na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. Em outras regiões do estado também ocorreram manifestações, como em João Monlevade e Unaí.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), se mantém intransigente em atender as reivindicações da categoria, como o piso de R$ 1597, o fim do subsídio e a recomposição da carreira. Os trabalhadores em Educação exigem do governador a abertura de negociação imediata para que sejam resolvidas as questões levantadas pela categoria.

Piso nacional em SC - Nesta quarta-feira (13), os educadores de Santa Catarina, em greve desde o dia 8 de junho, que já conquistaram a legalidade do movimento, lotaram as galerias da Assembleia Legislativa do Estado. Eles são contra a aprovação do PLC (Projeto de Lei Completar) 026/2011 que, segundo a categoria, desfigura o nível e referência da tabela salarial do magistério e seria prejudicial ao Plano de Carreira.

Os trabalhadores reivindicam uma negociação com o governo para a discussão e elaboração de um projeto que contemple o piso da carreira com a manutenção de todos os direitos dos profissionais do magistério.

Contra tutela antecipada em RN – No Rio Grande do Norte, os trabalhadores em Educação, em greve desde o dia 28 de abril, lutam contra a tutela antecipada pelo governo do estado de ilegalidade da greve que será julgada nesta quarta-feira (13).

A greve dos professores já contabiliza 73 dias. É a maior paralisação da categoria nos últimos 11 anos. Diversas manifestações foram realizadas. Um ato unitário aconteceu no dia 6 de julho, em Natal, com a participação de cerca de 400 trabalhadores estaduais, que unificaram suas reivindicações e fizeram um acampamento em frente à sede do governo. Dentre as categorias que permanecem em greve naquele estado, estiveram presentes no protesto servidores da Educação, do Detran/RN, da Tributação e da Universidade Estadual, além de setores da administração indireta.

Solidariedade - A CSP-Conlutas manifesta seu apoio a todos (as) os (as) profissionais de Educação que se encontram em greve. Também faz um chamado a todas essas categorias a se unirem na Jornada de Lutas de Agosto, convocada pela Central juntamente com outras entidades, que defende entre outras medidas, uma educação pública e de qualidade.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

RN: trabalhadores em greve acampam em frente à sede do governo

JOÃO PAULO DA SILVA de Natal (RN), também escreve o blog ascronicasdojoao.blogspot.com


“Pra pressionar a governadora, unificar a classe trabalhadora!” . Esta foi uma das palavras de ordem que embalou a manifestação de centenas de servidores públicos na manhã desta quarta-feira, dia 6, em Natal. Com o objetivo de buscar uma negociação junto à governadora Rosalba Ciarlini (DEM), cerca de 400 trabalhadores estaduais unificaram suas reivindicações e fizeram um acampamento em frente à sede do governo. Dentre as categorias que permanecem em greve no Rio Grande do Norte, estiveram presentes no protesto servidores da Educação, do Detran/RN, da Tributação e da Universidade Estadual, além de setores da administração indireta.

O acampamento simbólico que unificou as lutas destes trabalhadores ocorreu junto com a paralisação nacional da educação e com o 13º Grito da Terra em Natal, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn). A pauta dos agricultores buscava mais investimentos e infra-estrutura para a agricultura familiar. A professora Amanda Gurgel participou do protesto e destacou a importância de unificar o movimento. “A ideia é unificar as lutas de todas as categorias em greve para alcançarmos um poder maior para pressionar o governo a negociar”, defendeu ela. Ao final do dia, o acampamento saiu com uma negociação marcada.

Desde o início da greve dos educadores do Estado, a categoria exige da direção do sindicato (Sinte/RN) a unificação das lutas dos trabalhadores em greve. Entretanto, a diretoria da entidade, que é dirigida pelo PT e pela CUT, não vinha encaminhando as decisões dos servidores. “O acampamento unificado só ocorreu por pressão da base dos educadores, que forçaram a direção a realizá-lo ”, disse a professora Luciana Lima, da Oposição CSP-Conlutas na Educação. 



“Ei, governo aí! Pague meu plano aí!”
Diante de diversas reivindicações específicas, uma já se tornou unanimidade entre os trabalhadores em greve no Estado. O descumprimento, por parte do governo, dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários das categorias tem deixado os servidores com suas remunerações bastante defasadas. Somado a isso, está a inflação, que continua elevando o custo de vida para os trabalhadores. Utilizando a irreverência como uma forma de luta, os funcionários da Fundação José Augusto, que cuida do patrimônio cultural do Estado, alegraram a manifestação com parodias de famosas marchinhas de carnaval. “Ei, governo aí! Pague meu plano aí, pague meu plano aí! Vai pagar. Não paga não?! Então vai ver a grande confusão. Vou fazer greve, greve até pagar. Pague, pague já! Pague meu plano aí!” , cantavam todos.

Entretanto, outras reivindicações também fizeram parte do protesto unificado, como a exigência de melhores condições de trabalho e a realização de concurso público. Em greve há mais de 40 dias, os servidores do Detran/RN reforçaram a cobrança do cumprimento do Plano de Cargos e denunciaram a “enrolação” do governo para homologar o concurso do órgão, realizado no ano passado. “Nós queremos que a governadora Rosalba cumpra a lei e aplique as reformulações do Plano de Cargos que a categoria conquistou em 2010 com muita luta. Além disso, exigimos a imediata homologação do concurso e a nomeação dos 282 aprovados. Estamos fartos de enganação”, afirmou Alexandre Guedes, funcionário do Detran e membro da coordenação da CSP-Conlutas/RN.

Servidores da educação não se intimidam com ameaça de corte de ponto
No dia 5, reunidos em assembleia, os servidores da educação estadual reafirmaram a continuidade da greve, que já dura mais de dois meses, mesmo sob a ameaça do governo de cortar o ponto dos grevistas. A justiça foi acionada para julgar o pedido de ilegalidade do movimento, mas isso não intimidou os trabalhadores. “A disposição de nossa categoria na greve e nas assembléias é a de permanecer na luta. Não estamos intimidados pela ameaça de corte de ponto. Nós estamos aqui (na sede do governo) para dizer que não concordamos com essa política de arrocho salarial e que nós não temos medo da governadora Rosalba. Não adianta nos ameaçar. É muito mais digno a gente passar um mês ou dois de dificuldade por causa dessa ameaça da governadora do que passar o resto da vida nessa mediocridade que a gente vive hoje”, discursou a professora Amanda Gurgel durante o protesto.

Amanda ainda criticou a proposta de compor uma mesa de negociação com a justiça, e não com o governo. “A experiência que temos com a justiça não é nada boa. Nossas greves geralmente são julgadas ilegais. Não seria diferente agora. Se a justiça quer nos ajudar, então por que não obriga a governadora a cumprir a lei do Piso Nacional com efeito retroativo ao mês de abril?” , questionou a militante do PSTU. Além do cumprimento da lei do Piso Nacional, os servidores da educação reivindicam ainda a aplicação do reajuste de 34% no Plano de Cargos até o mês de setembro, e não até dezembro como propõe o governo.


Profissionais da Educação acampam em frenta a Secretaria no Rio

Em greve há mais de 35 dias, categoria é reprimida por tropa de choque do governador Cabral. Leia proposta de Moção do sindicato.

Na última terça-feira, 12, os profissionais da educação do Rio de Janeiro, em greve há 35 dias, passaram a madrugada acampados em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação do Rio (Seeduc).

O protesto foi motivado pela falta de diálogo por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB), e exigiram uma audiência com o secretário de educação.

Pela manhã, a categoria realizou uma assembleia em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A assembleia aprovou a continuidade da greve e, logo em seguida, realizou uma passeata até a Seeduc.

Os manifestantes chegaram a ocupar o 5º andar do prédio, onde se localiza o Gabinete do secretário Wilson Risolia. Durante a ocupação, o Batalhão de Choque da PM foi chamado e chegou a jogar gás de pimenta nos educadores. Muitos ativistas estavam com adesivos do PSTU que denuncia a repressão de Sergio Cabral contra qualquer protesto ou luta social, como ficou emblemático na greve dos bombeiros do Rio.

Após a ocupação, o secretário aceitou receber representantes do sindicato em uma audiência de emergência. O secretário de Planejamento, Sergio Ruy, também participou da reunião, onde, no entanto, não houve contraproposta salarial por parte do governo. A categoria pede reajuste emergencial de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015), e descongelamento do Plano de Carreira dos funcionários administrativos.

Segundo Vera Nepomuceno, do Sepe-RJ, a evasão na Educação no Rio de Janeiro nos últimos cinco anos foi de três mil profissionais. Os motivos apontados pela sindicalista são doenças e os baixos salários. Os professores com nível superior têm piso de R$ 765,66 e os demais R$ 680. Funcionários administrativos recebem R$ 433, mais gratificação de R$ 100.

Depois os profissionais de educação decidiram acampar em frente à Secretaria pelo menos até quinta-feira, dia 14, quando está marcada nova audiência com o governo. Os profissionais desocuparam o 5º andar e se juntaram ao acampamento.

O Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio está chamando a categoria a se incorporar ao acampamento. Também está realizando uma série de atividades no acampamento, como aulas públicas. Os trabalhadores realizarão uma nova assembleia na próxima sexta-feira, dia 15, às 14h, no Clube Municipal, na Tijuca.

Leia abaixo modelo a Moção de solidariedade à luta dos profissionais de educação das escolas estaduais do Rio de Janeiro 

O Governo Sérgio Cabral mantém uma relação privilegiada com as empreiteiras, as multinacionais e os bancos. Para os seus amigos não falta dinheiro. São obras faraônicas de utilidade duvidosa. Todos os recursos destinados à educação vão parar nos bolsos das empresas, dos bancos e fundações. Para as escolas sobra falta de professores, funcionários e equipamentos didáticos. Além disso, Cabral se recusa a fazer qualquer tipo de concessão de reajuste ou reposição de perdas salariais. Um professor concursado, com formação universitária recebe um salário de menos de 700 reais. Um funcionário tem salário menor que o salário mínimo e não tem plano de carreiras. A merendeira ou a bibliotecária tem o mesmo mísero salário.

Por tudo isso e com a necessidade dos educadores oferecerem aos seus alunos um ensino de qualidade, a educação estadual entrou em greve a partir de 07 de junho.
Cabral promove a mesma política do governo Dilma. A imprensa tem mostrado a quadrilha que se locupleta com o dinheiro público em Brasília e no Rio de Janeiro.
No Rio, o caso veio à tona com a revelação de que Eike Batista, do Grupo EBX, emprestou um jatinho para Cabral festejar o aniversário de Fernando Cavendish, da Delta Construções, na Bahia. Eike e Cavendish são dois dos muitos generais que comandam a pilhagem de recursos públicos no estado fluminense.

A sangria de bilhões de reais que vão para o bolso da burguesia só é possível com a política de Cabral de arrocho salarial sobre os servidores, principalmente, a educação. Portanto, há dinheiro para reajustar os salários. Há dinheiro para remunerar com dignidade os aposentados e pensionistas. Além de eleição para as direções das escolas; a revitalização do IASERJ; a não extinção das 22 escolas noturnas; o cumprimento do plano de carreiras dos funcionários e a regularização da situação dos animadores culturais, entre outras. É nessa situação que Cabral se recusa a reconhecer a greve e atender as justas reivindicações dos educadores fluminenses.

Nós, ___________________________(entidade), somos solidários com a luta destes trabalhadores. Sua luta é em defesa da educação estadual no Rio de Janeiro. Por isso exigimos que este governo atenda imediatamente todas as reivindicações, faça concurso público para o quadro de professores, funcionários e aumente os investimentos na educação. Não é possível que no Rio tenha dinheiro para empreiteiro e não tenha para a educação pública. 




Enviar por email para:


faleconosco@planejamento.rj.gov.br
faleconosco@planejamento.rj.gov.br
centralderelacionamento@educacao.rj.gov.br centralderelacionamento@educacao.rj.gov.br
governador@governador.rj.gov.br
governador@governador.rj.gov.br>



sábado, 9 de julho de 2011

Juventude chilena luta e beija a serviço da Educação Pública

ANEL


No início de junho, as manifestações em defesa da Educação Pública começaram a sacudir o país. O centro das reivindicações é a estatização dos estabelecimentos de ensino, a garantia de mais recursos para a educação e reformas profundas no sistema de ensino chileno. Por isso, mesmo com a declaração do presidente Sebastián Piñera de que os recursos seriam ampliados, as mobilizações continuam e seguem se fortalecendo.

No dia 17 de junho, 70 mil estudantes, professores e funcionários, com o apoio de outras categorias e movimentos, como os funcionários da saúde municipal de Santiago e os ambientalistas que lutam contra a construção de hidrelétricas na região da Patagônia, tomaram as ruas de Santiago e fizeram ecoar suas reivindicações para uma Educação pública e com maior acesso da população jovem.

O Chile é um dos países latino americanos aonde os planos neoliberais para a Educação mais se aprofundaram e por isso, tido pelos organismos internacionais como modelo para a América Latina. O “coração” desse modelo é o investimento de dinheiro público nas universidades particulares, o que favorece o crescimento deste setor, e a cobrança de mensalidades inclusive nas instituições públicas. O Estado é responsável por 50% das matrículas realizadas em universidades particulares e apenas 8% das instituições privadas não recebem recursos do Estado. 7% do PIB do país é destinado para a Educação, no entanto, a maior parte desses recursos vai para o financiamento das instituições privadas, em lugar de ampliar o financiamento das instituições públicas e acabar com suas mensalidades.

O país também não possui um sistema de fiscalização efetivo sobre o repasse de verbas para as instituições privadas, o que garante a existência de fraudes e desvios, conduta típica de quando se está falando de negócios e foi nisso que a Educação chilena se transformou, em um grande negócio que enriquece alguns poucos e priva muitos do acesso ao ensino público, gratuito e de qualidade.



Na noite do dia 6 julho, os estudantes promoveram um beijaço em defesa da Educação. Era mais uma forma de protesto e uma resposta aos representantes e defensores do governo de que as manifestações eram violentas. Combinado a isso, um estudante de Engenharia Mecânica da Universidad Técnica Federico Santa María, Exequiel Medina, iniciou uma greve de fome para que o governo atenda as reivindicações dos jovens. O governo ainda não se dispôs a negociar e o movimento corretamente alerta para o fato de que a condição para negociação é incorporar na mesa de negociação todos os setores em luta, universitários, secundaristas, professores e funcionários.

Todo apoio à luta da Juventude Chilena por mais verbas para a Educação e pela estatização do sistemade ensino! A ANEL apóia integralmente a juventude chilena e está entrando em contato com ativistas do país, para acompanharmos cada vez mais de perto esse processo tão justo e tão importante para a luta pela Educação no Brasil e em toda a América Latina.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Atenção: mudança de local da Plenária da Oposição

Em virtude do vestibular da UEM, a plenária da oposição acontecerá no Sindicato dos Gráficos;

Endereço: Avenida Brasil, 2886

Sobreloja da panificadora holandesa

data: sábado, dia 9

Horário: 16horas

Tod@s convidad@s!

Em seis meses cai por corrupção segundo ministro de Dilma

Em apenas seis meses de mandato, dois ministros do governo Dilma Rousseff caem por denúncias de corrupção. Uma prova de que, não diferente dos governos anteriores, esse também está enlameado quando o assunto é integridade. Primeiro caiu o ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci (PT-SP), por denúncias de enriquecimento ilícito. Agora, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM).

Nascimento deixou o cargo nesta quarta-feira (6) após a divulgação de denúncias pela mídia sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores de sua pasta ministerial. Além disso, o filho do ministro é suspeito de enriquecimento ilícito em razão do cargo do pai.

As denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes envolvem o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a empresa Valec em esquemas de superfaturamento de obras e recebimento de propina em benefício do PR (Partido da República), partido que controla a pasta desde o governo Lula e é um dos principais aliados do governo.

Apesar da renúncia ao cargo, o ministro sairá sem punição. Isso já não é novidade no Brasil. Ele deve voltar ao Congresso para exercer o mandato de senador pelo Amazonas, cargo para o qual foi eleito 2006 e está ocupado pelo suplente João Pedro, do PT. Além disso, o ex-ministro deverá assumir a presidência nacional do PR.

Se confirmadas todas as denúncias, exigimos a prisão e o confisco dos bens de todos os envolvidos, inclusive medidas punitivas contra a sigla partidária PR e a devolução aos cofres públicos de tudo que tenha sido desviado para o partido.

É preciso rejeitar no Senado a MP que dispensa licitações para as obras da Copa

Em meio a estas denúncias, o governo Dilma está com uma MP (Medida Provisória) aprovada na Câmara dos Deputados tramitando agora para o Senado, que prevê a dispensa de licitações nas obras para a Copa do Mundo de Futebol. Se nos marcos da regras atuais de licitação os casos de fraudes acontecem, com a possível aprovação da MP 527 que institui o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), será a farra das propinas e desvios de verbas. Se o Senado aprovar esta MP, será necessário denunciar o Congresso Nacional como cúmplice desta abertura da temporada das negociatas da Copa com o dinheiro público, levada a cabo pelo governo Dilma.

O que tudo isso revela de forma contundente é mais uma das mazelas do estado capitalista: a promiscuidade nas relações do governo em beneficio de seus integrantes e de empresas enquanto faltam verbas para as áreas sociais como saúde, educação e demais necessidades da maioria da população, os trabalhadores.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um novo pacto contra os trabalhadores. Por Ze Maria e João Ricardo Soares

Ze Maria de Almeida e João Ricardo Soares



Enquanto os operários da Wolksvagem do Paraná realizavam uma das maiores greves da história da empresa, a CUT e a Força sindical junto com a toda poderosa Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP realizavam um seminário com um título que em si mesmo é um programa: Brasil do diálogo, da produção e do emprego. Acordo entre trabalhadores e empresários pelo futuro da produção e do emprego.

A conclusão mais importante do seminário é a defesa de um pacto social entre trabalhadores e empresários para romper as barreiras do subdesenvolvimento. E para tal empreitada o economista Bresser Pereira explica qual o objetivo do pacto: os salários reais deveriam cair 30% durante três anos e desta forma o país poderia crescer a uma média de 7,5% gerando mais emprego e aumentando a massa salarial. Segundo o autor da proposta: vale a pena os trabalhadores fazer esta troca, pois os custos serão pequenos. (sic)

Para estes Srs. o bombardeio dos produtos importados se constitui no principal problema do país, a causa da “desindustrialização” e da crise de perspectiva da indústria. Assim, o “pacto” para defender a Indústria nacional (sic) seria a única forma de garantir empregos e manter o país na rota que o levaria a sair do subdesenvolvimento.

O que nos entranha muito é um tema que não foi tocado no seminário: o lucro dos empresários. Este silêncio é de fato ensurdecedor. Nenhuma palavra foi dita sobre a remessa de lucros dos grandes monopólios. Silêncio absoluto! Sobre a desnacionalização da indústria, o fato de que a produção em solo brasileiro esta controlada pelos monopólios internacionais e bancos norte-americanos, não foi ouvido nada. Não fica muito evidente de quem os autores do “novo pacto” querem nos defender, além dos produtos “importados”.

Nenhum pacto com os empresários e este governo pode oferecer aos trabalhadores qualquer melhoria em suas vidas. Vejamos: Quando os operários da WV do Paraná realizaram uma greve histórica e no momento em que os metalúrgicos de Estado de São Paulo e de Minas preparam as campanhas salariais Sergio Nobre e a Fiesp não defenderam as reivindicações dos operários da WV que foram a luta pelos seus direitos. Mas estes propõem um pacto para reduzir salário: o governo Dilma corta 3 bilhões de reais de verbas da educação (e os professores respondem com greves em vários estados para defender a educação) enquanto paga aos banqueiros 364 bilhões de reais da dívida pública (somente de janeiro a junho)[1]. Mas não são apenas os banqueiros os grandes beneficiários das políticas econômicas do governo. Os mesmos empresários que “choram” pela “alta carga tributária doa país”, receberam só no ano passado mais de 140 bilhões de reais do governo, na forma de isenções e incentivos fiscais.

Os fatos acima demonstram duas questões fundamentais: que este governo é um aliado dos banqueiros e empresários. E eles estão preocupados em garantir seus lucros, rebaixar salários e destruir a educação e saúde públicas. O governo Dilma aplica uma política econômica que subordina o país aos interesses dos bancos e empresas multinacionais, os empresários brasileiros apóiam este modelo e estão querendo uma parcela maior deste bolo. Os trabalhadores devem lutar pelos seus próprios interesses, independente do governo e dos patrões e confiando somente em suas próprias forças.

Os autores do novo pacto querem somente que as multinacionais aumentem sua taxa de investimento no país. Assim os empresários “brasileiros” podem ampliar o lugar subalterno que ocupam de fornecedores de insumos. O governo entra com sua “parte” abrindo mão dos impostos que deveriam ir para a educação e a saúde, e cabe aos trabalhadores abrir mão do salário, perdendo duas vezes…. com a continuidade do descalabro nos serviços públicos e com a diminuição do salário.

Neste artigo afirmamos que não há nenhuma forma de sair do “subdesenvolvimento” com um pacto junto com os empresários e este governo. Como veremos mais a frente, a tese fundamental da aliança entre CUT- Força Sindical-Fiesp não é sequer um programa nacionalista e limitado de “defesa da indústria nacional”.

Importação e desindustrialização

Quem entra no site do sindicato dos metalúrgicos do ABC pode ler o seguinte artigo:Os metalúrgicos do ABC e de São Paulo preparam uma manifestação conjunta pelo emprego, pela produção nacional e contra importados. A CUT e a Força querem atrelar os trabalhadores a FIESP em defesa da “produção nacional”. Mas quando nos aproximamos do assunto vamos vendo que de “nacional” não existe nada na campanha da CUT e da FIESP. Para eles a importação de produtos é o grande problema do país e a causa de todos os males. Mas não fazem a seguinte pergunta: Por que a importação tem crescido no mercado brasileiro de automóveis?

A resposta  vem de um artigo que aparentemente não tem relação com o tema. A série de artigos de Joel Leite chamado o “lucro Brasil” sobre a diferença de preços dos carros produzidos no Brasil e exportados e os preços dos mesmos carros no mercado interno.

Por exemplo, o Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil. Mas não é somente a WV que pratica esta diferença. A Toyota vende o Corolla no Brasil por US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA por US$ 15.450,00.  A justificativa são os impostos e o preço da mão de obra. Mas ninguém em sua sã consciência pode acreditar que a diferença de mais de vinte dois mil dólares entre os preços do Corolla no Brasil e nos EUA será de impostos já que a mão de obra no Brasil é mais barata. Da mesma forma ninguém pode acreditar que a diferença do Gol vendido no Brasil e no Chile, de 24 mil reais, se deve a imposto.

Não é por acaso que as empresas multinacionais no Brasil, em particular as montadoras enviaram mais de 14 bilhões de dólares (entre 2000 e 2009) para suas matrizes. A remessa de lucros e dividendos das multinacionais cresceu nos oito anos de governo Lula em 139%.  E quem paga esta conta são os consumidores brasileiros que pagam o carro mais caro do mundo.

Ora, todo mundo quer entrar neste “paraíso” de lucros. Estas empresas pegam dinheiro do governo via o BNDS com juros abaixo do mercado, tem isenção de impostos, e ainda vendem o carro acima do preço internacional. E remetem o lucro para suas casas matrizes.

Por isso cresceu a importação. Todas as empresas do mundo querem participar desta “festa”, pois ainda vendendo a um preço menor tem uma margem de lucro altíssima na medida em que os mercados europeu e norte-americano estão saturados em uma crise de superprodução. O que está aumentando a importação é a concorrência entre as empresas e a crise da economia mundial, pois os lucros obtidos no Brasil estão acima da média mundial.

O que Sergio Nobre propõe aos trabalhadores brasileiros é o seguinte: aliar-se a empresas multinacionais como a Wolksvagem, Fiat, etc. para defender os seus lucros astronômicos.

Bom, mas o que diz Nobre é que os trabalhadores têm algo a ganhar, os seus empregos. Será mesmo?

O pacto das câmaras setoriais diminuiu o emprego na indústria automobilística

Não precisamos de uma análise muito acurada para saber que este argumento não é lá muito nobre. Se a WV vendesse o Gol I-Motion a 29 mil reais no Brasil (o mesmo preço que vende no Chile e com lucro) ao invés dos 46 mil reais que cobra poderia ocorrer o seguinte: aumentaria a demanda, a fábrica seria obrigada a fazer mais investimentos e contratar muito mais trabalhadores. E por que não faz isso. É simples, por que prefere aumentar seus lucros aumentando os preços e não aumentando a produção.

Se a WV baixasse os preços a importação de automóveis iria diminuir e geraria muito mais empregos.

Mas a proposta de Nobre e da WV-FIESP é outra. Em sua exposição no citado seminário, a proposta para gerar empregos: redução dos impostos IPI e ICMS; aumentar o financiamento de veículos e mais financiamento público. O mesmo que foi feito na câmara setorial em 1993 que segundo o citado salvou os empregos.

Pois bem, em 1993 a produção total de veículos no Brasil estava concentrada em algumas montadoras (WV,GM, FORD, FIAT, etc. ). Neste ano tínhamos 106 mil trabalhadores na indústria automobilística no Brasil que produziram 1.017.550 automóveis de passeio. Cada trabalhador produziu 12,4 autos no ano. E o faturamento líquido do setor chegou a 31.376.000.000.

Em 1998, cinco anos depois da câmara setorial, a indústria precisou somente de 83 mil trabalhadores, mas a produção de carros por trabalhador cresceu para 18.1 carros ano. E o faturamento das empresas chegou a 42.892.000.000. Diminuiu o emprego e aumentou o lucro.

Se ampliarmos a comparação, vamos ver que de 1980 a 2008, mesmo com a introdução de novas empresas, o emprego total no setor baixou em 18%. Mas o número total de veículos produzidos subiu em 186%. A produção carro por trabalhador cresceu 251% (de 7,8 para 27,4 carros ano por trabalhador). E com isso o faturamento líquido saltou em 63%.[2]

O resultado do pacto chamado de “Câmara setorial” foi o seguinte: o Estado arrecadou menos impostos, o salário médio na indústria automobilística e o emprego diminuíram. Mas os lucros das empresas multinacionais cresceram muito.

Aumentando as barreiras do subdesenvolvimento

O pacto que a CUT a Força e a FIESP querem patrocinar, que inclui realizar mobilizações contra os importados, tem um objetivo muito “nobre”: romper as barreiras do subdesenvolvimento. Segundo estes senhores o país esta se desindustrializando pelas importações. Mas já vimos acima que o aumento das importações se deve a concorrência entre as grandes multinacionais do setor que querem abocanhar os lucros das empresas instaladas aqui.

Então como podemos romper a barreira do subdesenvolvimento?

Para estes senhores se trata de defender a indústria nacional. Mas de que indústria nacional estão falando? Os principais ramos da indústria no Brasil são controlados pelas multinacionais: automobilístico, alimentos, bebidas, eletrônico, farmacêutica, Telecomunicações, Petroquímica e comércio varejista. O crescimento dos lucros destas empresas não significa mais investimentos no país, pois as principais decisões sobre o destino da produção são tomadas fora, pelas casas matrizes. Os barões da Fiesp entram como sócios menores destas empresas ou fornecedores de insumos para a produção e querem que o Estado siga financiando tudo.

Ocorre que nos últimos 10 anos há um salto importante na produção e exportação de bens primários. Que inclui um aumento da produção e exportação agrícola e das matérias primas industriais, como minério de ferro, alumínio, petróleo etc. Pela primeira vez desde 1978 o Brasil exporta mais commodities do que manufaturados. Assim parte importante do capital estrangeiro que entra no país se desloca para este ramo de produção que mantém um preço crescente no mercado internacional. Mas tampouco estamos falando de empresas “brasileiras”. Nada menos de 64% das grandes empresas de exportação agrícola instaladas no país são multinacionais.

Assim o crescimento das exportações e o superávit da balança comercial que o país vem acumulando a partir de 2001 se devem a exportação de bens primários, em particular para China. E ao mesmo tempo vem acumulando um déficit comercial em setores chaves como máquinas e equipamentos, Tecnologia da informação, Química.

Qual então a política que propõe a Fiesp, a CUT e a Força e setores do governo: manter o lugar que o país vem ocupando como fornecedor de matérias primas para o mercado mundial e de manufaturados para o mercado interno e America Latina pelas multinacionais instaladas aqui. Mas querem então que o imperialismo passe a investir em outros ramos da indústria. A política de desenvolvimento tecnológico apresentada por Mercadante no dito seminário é buscar que empresas como General Eletric, IBM instalem centros de pesquisa no país, e que a “chinesa” Foxcom instale uma fabrica de produção de display.

Em fim, para que rompamos com as barreiras do subdesenvolvimento estes senhores propõe que sejamos mais subordinados e dependentes do imperialismo. Por isso, para atrair estas empresas, Bresser propõe uma redução de 30% no salário real.

Chegamos então ao cúmulo ou cume do cinismo. A CUT propõe iniciar uma jornada de luta para que os trabalhadores sejam massa de manobra dos barões da FIESP que tem por objetivo serem sócios menores de novos investimentos e ainda por cima rebaixar os salários! Depois disso não se pode se espantar com nada!

Não estamos sequer diante de um programa nacionalista, mesmo que rebaixado. Não há outra forma de romper a barreira do subdesenvolvimento sem nacionalizar a grande indústria e colocá-la a serviço do verdadeiro interesse nacional: as necessidades dos trabalhadores.

A política econômica do governo implica em manter e aprofundar a exportação de bens primários. Esta política responde não somente aos interesses das empresas que produzem e exportam estes bens. Ao gerar um saldo na balança comercial e um acúmulo de reservas internacionais (de mais de 300 bilhões de dólares) ela é a chave para que os capitais especulativos investidos na dívida pública brasileira tenham um lastro de saída quando venha aqui desfrutar de nossa taxa de juros.

Com a maior taxa de juros do mundo os dólares que entram aqui para comprar títulos e investir em bolsa têm uma garantia de saída: uma reserva em dólares para converter os reais transformando-os novamente em dólares.

Mas a verdadeira chave da política econômica do governo é o arrocho nos salários. Pois dentro da divisão do bolo entre a indústria e os bancos, entre exportadores e não exportadores está o fato de que se os salários sobem de acordo com a produtividade e a inflação ele entrará nesta divisão aumentando os choques entre as distintas frações da burguesia.

Para romper com o subdesenvolvimento a primeira ação que devemos defender é o aumento dos salários e o não pagamento da dívida pública que retira as verbas para a saúde e educação. O descalabro no serviço público obriga os trabalhadores a gastar mais e diminuir seus salários pagando por serviços que o Estado deveria garantir. Tudo o oposto do pacto que defende a CUT e a Força.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de alimentos do mundo. Mas pagamos muito caro por eles, e a razão disso é que nossa produção esta voltada para a exportação. Sobre isso nem CUT nem Fiesp falam nada. Pois se aumentarmos os salários, garantirmos serviços públicos de qualidade e alimentos a preços baratos vamos melhorar nossas vidas. Afinal o objetivo de sair do subdesenvolvimento é melhorar a vida da maioria da população. Mas assim como a WV não quer baixar os preços dos automóveis vendidos no Brasil, nenhum setor burguês, nem da indústria, nem dos bancos, nem os que investem na agricultura querem diminuir seus lucros. Cabe aos trabalhadores esta luta.

Ao iniciar as campanhas salariais do segundo semestre, os trabalhadores metalúrgicos, que já amargam um ritmo de trabalho infernal e as doenças oriundas deste fato, e convivem com salários bem abaixo da produtividade que dão a estas empresas, não podem cair no conto do Pacto social.

O que devemos fazer é questionar a política econômica do governo Dilma que mantém o arrocho salarial e nos subordina aos interesses econômicos das grandes empresas nacionais e estrangeiras. A aliança que necessitamos não é com a Fiesp, é a unidade dos metalúrgicos com os professores e com o funcionalismo público, a unidade dos que sofrem os efeitos desta política.

Um “pão de açúcar” recheado de falcatruas

Vejamos como a política do governo é na verdade o interesse dos grupos multinacionais que controlam tudo e com os “barões” brasileiros como sócios utilizando para isso o dinheiro público. Tudo isso aparece na crise entre o Pão de Açúcar e Carrefour e o grupo Casino.  O grupo de supermercados francês Casino detém 36,9% das ações do grupo Pão de Açúcar (em 2012 teria direito a assumir o controle do negócio) e o Abílio Diniz tem 21,4%. Agora o Sr Abílio Diniz quer vender parte do grupo para o concorrente do Casino, o grupo Carrefour.

O Governo e o BNDES prometem entrar com cerca de 4 bilhões de reais para financiar a transação, dizendo que está defendendo o “capital nacional”. Absolutamente falso: tanto o Carrefour quanto o Casino são grandes multinacionais. Ficando com o Casino ou com o Carrefour, o “capital nacional” terminará com cerca de 11% do grupo. A discussão de fundo é qual multinacional vai absorver o Pão de Açúcar, pois o acordo com o Casino em 2005 previa a venda do grupo Pão de açúcar em 5 anos. Abílio quer ganhar um dinheirinho extra porque houve uma valorização dos negócios. O governo diz que está defendendo o capital nacional, quando na verdade o setor do varejo brasileiro foi todo adquirido pelas multinacionais WalMart, Carrefour, etc.



[1] Auditoria cidadã da dívida pública
[2] Anuário da Indústria automobilística. Anfavea, 1980 -2008 (Produção de automóveis, não incorporados ônibus e máquinas)