Em apenas seis meses de mandato, dois ministros do governo Dilma Rousseff caem por denúncias de corrupção. Uma prova de que, não diferente dos governos anteriores, esse também está enlameado quando o assunto é integridade. Primeiro caiu o ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci (PT-SP), por denúncias de enriquecimento ilícito. Agora, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM).
Nascimento deixou o cargo nesta quarta-feira (6) após a divulgação de denúncias pela mídia sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores de sua pasta ministerial. Além disso, o filho do ministro é suspeito de enriquecimento ilícito em razão do cargo do pai.
As denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes envolvem o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a empresa Valec em esquemas de superfaturamento de obras e recebimento de propina em benefício do PR (Partido da República), partido que controla a pasta desde o governo Lula e é um dos principais aliados do governo.
Apesar da renúncia ao cargo, o ministro sairá sem punição. Isso já não é novidade no Brasil. Ele deve voltar ao Congresso para exercer o mandato de senador pelo Amazonas, cargo para o qual foi eleito 2006 e está ocupado pelo suplente João Pedro, do PT. Além disso, o ex-ministro deverá assumir a presidência nacional do PR.
Se confirmadas todas as denúncias, exigimos a prisão e o confisco dos bens de todos os envolvidos, inclusive medidas punitivas contra a sigla partidária PR e a devolução aos cofres públicos de tudo que tenha sido desviado para o partido.
É preciso rejeitar no Senado a MP que dispensa licitações para as obras da Copa
Em meio a estas denúncias, o governo Dilma está com uma MP (Medida Provisória) aprovada na Câmara dos Deputados tramitando agora para o Senado, que prevê a dispensa de licitações nas obras para a Copa do Mundo de Futebol. Se nos marcos da regras atuais de licitação os casos de fraudes acontecem, com a possível aprovação da MP 527 que institui o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), será a farra das propinas e desvios de verbas. Se o Senado aprovar esta MP, será necessário denunciar o Congresso Nacional como cúmplice desta abertura da temporada das negociatas da Copa com o dinheiro público, levada a cabo pelo governo Dilma.
O que tudo isso revela de forma contundente é mais uma das mazelas do estado capitalista: a promiscuidade nas relações do governo em beneficio de seus integrantes e de empresas enquanto faltam verbas para as áreas sociais como saúde, educação e demais necessidades da maioria da população, os trabalhadores.
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