segunda-feira, 9 de maio de 2011

CONSIDERAÇÃO SOBRE A ÚLTIMA ASSEMBLEIA DA APP-SINDICATO

Mais submissão ao governo e água fria sobre a luta

No último dia 30 de abril, trabalhadores de várias partes do estado, se reuniram em Curitiba para uma assembleia extraordinária convocada pela APP Sindicato. A grande intenção da direção do sindicato era aprovar a proposta de equiparação salarial oferecida pelo governo, sem ter que enfrentar maiores debates.

 A proposta encaminhada pelo governo tinha dois objetivos claros, evitar qualquer tipo de mobilização, paralisação e/ou greve no seu período de governo e dividir a categoria. Ao propor a divisão do índice de 25,97% em quatro parcelas anuais, a intenção é clara, o sindicato tem de controlar a categoria e não atrapalhar o governo para todo ano receber a parcela. A fim de gerar uma divisão e enfraquecimento da categoria, o governo disse não ser possível estender o mesmo índice de aumento aos agentes educacionais, fazendo assim com que a direção do sindicato tenha de virar as costas aos agentes educacionais para ter atendida a equiparação dos professores.

 O argumento do governo, e pasmem, da direção do sindicato é que a equiparação não se estende aos agentes educacionais porque eles não tem a exigência de ensino superior no concurso. Isso é correto, porém nós não defendemos apenas a equiparação dos salários dos agentes educacionais com o dos agentes profissionais, e sim a aplicação do mesmo índice de aumento, ou seja, os 25,97%, o que servirá para manter a mesma proporção na diferença entre os salários de agentes educacionais e professores, o que na prática evitará perdas nos salários dos agentes educacionais.

 A Oposição Alternativa apresentou a proposta de cobrar do governo a equiparação em duas parcelas, e a aplicar o mesmo índice aos agentes educacionais, e caso estes dois itens não fossem aceitos pelo governo a categoria não aceitaria a equiparação. A direção do sindicato, ao contrário, defendeu aceitar a proposta do governo (4 parcelas), como se a pauta dos professores fosse uma e dos agentes educacionais fosse outra, e não a mesma pauta de uma única categoria, a dos trabalhadores da educação.

 Em outro item importante debatido na assembleia, a paralisação nacional proposta pelo CNTE para dia 11/05, novamente uma posição de recuo da direção. A proposta defendida pela direção e aprovada foi de aulas de 30 minutos, e não da paralisação, o que com certeza inviabilizará a discussão em muitas escolas. Pelo que vemos nem paralisação de um dia a direção do sindicato quer mais. A que ponto chegamos! Quanto a organização desta mobilização do dia 11 foi aprovada uma organização regional, e que os núcleos sindicais devem chamar reunião do conselho de representantes de escolas para definir as ações. 

 A direção do Sindicato apresentou também uma leitura do Plano de Metas da SEED, e nesse ponto houve consenso de que qualquer posição que tirássemos nesse momento seria precipitada, e que precisamos fomentar mais a discussão nas bases para firmarmos um posicionamento da categoria.

 Em suma a Assembleia do dia 30/5 foi convocada pela Direção Estadual da APP Sindicato, com a intenção de referendar seus acordos com o governo, acordos esses conseguidos muito por tática do governo Richa, que mesmo mantendo a postura neoliberal de administração, não quer passar pelas experiências de enfrentar greve que o Lerner passou, pois até agora a postura da direção da APP foi apenas de aceitar as ofertas do governo, mesmo a direção dizendo que estão pressionando. Que tipo de pressão é essa? Não vemos em momento algum a direção se impondo frente ao governo, o que vemos na verdade, após essas inúmeras reuniões com o governo, é uma direção que apenas repassa informes do governo a categoria.

 Portanto é imprescindível que neste momento em que a luta se acirra e os ataques a categoria aumentam, que todos os trabalhadores e trabalhadoras da educação se sindicalizem, e que os já sindicalizados participem das instâncias do sindicato, para não deixarmos que esta direção continue a dar este rumo ao nosso sindicato, um rumo de negociações e submissão ao governo.

APP DE LUTA E PELA BASE – OPOSIÇÃO ALTERNATIVA
Maio de 2011
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