Almir Brito, de Macapá (AP) |
• Depois de quase um mês de greve da educação municipal de Santana, a educação estadual e da capital do Amapá paralisam atividades. Com gritos entusiásticos de: “greve, greve, greve, greve”, os trabalhadores em educação do Amapá aprovaram greve desde o dia 17 de maio. Desde então se intensificaram a luta contra a retirada de direitos, em defesa da aplicação do Piso Nacional salarial, contra o assédio moral nas escolas e por melhores condições de trabalho.
No dia 11 de maio, a edição da Lei 1540/2011 pegou de surpresa os trabalhadores que se concentravam na Avenida FAB, protestando em defesa do funcionalismo público como parte da Jornada Nacional de Lutas. A lei prevê o fim da data-base do funcionalismo amapaense, regulamenta reajuste de apenas 3%, além da retirada de vários direitos conquistados com muita luta pelo professorado. Os trabalhadores, em contrapartida, exigem 16% de reajuste a fim de atingir o piso nacional.
Desde então os trabalhadores passaram a realizar atos de rua diários e caminhadas pelo centro da capital. Quando terminávamos esse texto acabava de ocorrer um grande ato no município de Santana, parte do calendário do Comando de Greve.
Uma luta contra os governos e imprensa
Hoje há um movimento de parte da imprensa em criminalizar a greve, com forte boicote da mídia, tentativa de desqualificar e criminalizar os trabalhadores. Sobretudo no momento em que o governo faz uso dos principais meios de comunicação pra dizer que vai cortar o ponto e suspender o pagamento dos grevistas.
A greve por aqui traz consigo grande disposição de luta dos trabalhadores, sobretudo no momento em que os principais dirigentes do sindicato foram afastados por suspeitas de corrupção. É uma greve dirigida por companheiros da base, entre eles os militantes da CSP-Conlutas. Também há uma luta voraz contra as direções traidoras da CUT, principalmente no momento em que a mesma está em avançado processo de desmoralização.
Greve também na Capital do Estado, Macapá
Depois de 52 dias na Papuda, prisão de Brasília, o prefeito de Macapá, Roberto Góes, tem que se enfrentar com uma forte greve da educação que se combinou com outros setores do funcionalismo municipal, entre eles os agentes de endemias.
Aqui a luta é pelo cumprimento de acordos firmados desde o ano passado que tem sido desrespeitados, entre eles enquadramento, progressões e promoções funcionais, além da defesa de melhores condições de trabalho, a luta pela aplicação do Piso Nacional salarial.
A exemplo dos trabalhadores da educação de todo o Brasil, o estado do Amapá também se soma a essas lutas. A greve se unifica entre servidores estaduais e municipais da educação, que juntos colocam nas ruas mais de três mil trabalhadores todos os dias nas ruas da capital Macapá, demonstrando que também no extremo norte do país, os educadores não irão se calar diante dos ataques dos governos.
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