Diário Liberdade - A polícia militar de Carabineros do Chile reprimiu nesta quinta-feira os estudantes secundaristas e universitários que pretendiam dar início à marcha pela avenida central Alameda, e, segundo informa La Radio del Sur, deteve 197 jovens que convocaram a reivindicação de uma educação gratuita, cujos dirigentes decidiram manter o chamado a um novo protesto nesta tarde, pese a proibição do Governo do empresário Sebastián Piñera.
A ação policial concentrava-se com a presença de cerca de mil policiais especiais, de acordo com os meios de comunicação locais La Tercera e El Mercurio, em torno da central Praça Itália, de onde estava prevista a partida da marcha dos estudantes.
Ali, forças especiais da polícia acionaram nas imediações da praça os carros lançadores de água e jogaram gás lacrimogêneo para dispersar os primeiros grupos que convergiam no lugar, o que gerou vários detidos.
Segundo a governadora de Santiago, Cecilia Pérez, ao menos 197 pessoas foram presas e dois policiais ficaram feridos durante as tentativas dos jovens por se concentrarem em locais proibidos pelo governo.
Horas antes, o porta-voz do Governo, Andrés Chadwick, disse à rádio Agricultura que não iria permitir “que este país tenha donos, seja de estudantes, empresários, o que for” e antecipou que hoje “vai ser duro, vai ser difícil” e advertiu que “a lei tem que ser respeitada”.
Estudantes chilenos convocaram um panelaço às nove da noite de hoje, horário local, para repudiar a repressão da qual foram objeto por parte dos policiais. A presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo, difundiu o chamado através de sua conta na rede social Twitter.
“Hoje às 21 horas panelaço em todo Chile em repúdio à repressão contra os estudantes”, escreveu.
Pela manhã, dirigentes estudantis apresentaram um recurso de proteção contra o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, por lhes proibir marchar hoje pelo centro de Santiago, ação que foi apresentada na Corte de Apelações de Santiago.
Os dirigentes denunciaram que o Governo empregou um decreto supremo (1.086) emitido em 1983 por Augusto Pinochet, que condiciona a realização de manifestações a uma autorização prévia das autoridades e outorga a estas amplas atribuições para negar a permissão ou dissolvê-las.
Nesse clima, a polícia atuou durante toda a manhã em distintos pontos da cidade em procura de desativar as marchas anunciadas pelos estudantes.
Assim, os policiais impediram vários grupos de jovens subir aos ônibus da Transantiago, que conduzem ao centro da cidade, em particular a Praça Itália; e desalojou vários colégios que estavam tomados como o Colégio Alemão de Arica e o Liceu Valentín Letelier de Recoleta, onde houve vários detidos.
Também foram registrados incidentes na rua Santo Domingo, nas imediações do Museu de Belas Artes, onde cerca de 200 alunos que caminhavam até Praça Itália foram interceptados pelos policiais Carabineros.
No entanto, os partidos da opositora Concertación começaram expressar seu rechaço aos primeiros incidentes motivos pela repressão policial e reclamavam que o governo respeite o direito de manifestação.
Os deputados da DC, Gabriel Silber e Ricardo Rincón, concorreram a La Moneda para entregar uma carta a Hinzpeter, rechaçando a decisão de não autorizar as marchas, e – antes a possibilidade de que sejam produzidos feridos – “responsabilizando diretamente o governo por não entender que a repressão e a limitação dos direitos básicos não é o caminho”.
Com informações de Ciudad Caracas
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